terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Mediadora - Crepúsculo, Meg Cabot - Cap 9

-Tem trigo nisto? Uma mulher com óculos escuros enormes que pareciam vir da China, perguntou pra mim apontando pra um bolinho de chocolate:


-Sim - eu disse


-E neste - ela apontou para um Brownie.


- Sim - eu disse


- E nisso? - Ela apontou para um bolinho de casamento mexicano.


-Sim.


-Você está me dizendo - ela perguntou nervosa e indignada - Que há trigo em todos esse bolinhos? - ela apontou para os gostosos e bem assados.
Eu abaixei a minha cadeira nervosa, me inclinando o máximo me preocupando em na inclinar de mais a ponto de cair.


-Porque Tyler não come trigo - a mulher virou-se e mostrou uma criança que estava ao lado dela. Os olhos azuis dele piscaram pra mim enquanto a mãe apertava a sua bochecha mostrando as unhas que estavam perfeitamente bem feitas. - Ele está fazendo uma dieta sem gluten.


-Tente um desses - Eu disse apontando para as barras de limão.


-Têm leite nesses? - a mulher perguntou com ar de suspeita. - Porque Tyler está fazendo uma dieta sem lactose também.


-Sem gluten e sem lactose, eu prometo - Eu disse


A mulher me deu um dólar, e eu lhe entreguei as barras de limão. Ela deu a barra de limão pra ele, que, em falar nisso, ele deu uma mordida enorme... Então ele me deu um deslumbrante sorriso - era a primeira coisa do dia que ele devia estar comendo, sem dúvida. Sua mãe pegou a mão dele e saíram caminhando. AO meu lado, Shannon, minha companheira de vendas de bolinho, olhou apavorada.


-Têm trigo e lactose naquelas barras de limão - ela disse.


-Eu sei - Eu abaixei a parte traseira da minha cadeira de novo. - Eu me senti mal por causa do garotinho.
-Mas...


-Ela não disse que ele era alérgico. Ela apenas disse que ele estava fazendo dieta sem gluten e sem lactose. Pobre criança.


-Suu-uuze,- uma garota da oitava série disse, dando múltiplas silabas ao meu nome. - Você é tão legal -. Seu irmão Dave disse que você era legal, mas eu não acreditei nele.


-Ah, eu sou legal - eu assegurei pra ela. Era estranho alguém chamar David de "Dave". Ele era David pra mim.


-Você é sim - Shannon disse séria e irônica.


O que quer que seja. E essa era a história da minha vida, ajudar a vender bolinhos numa barraca enquanto muitos apreciavam um sábado perfeito. O céu estava Tão lindo e o dia estava quente. A temperatura estava pairando em uns setenta graus extremamente confortáveis. Um dia bonito para a praia, ou um cappucino, um café ao ar livre, ou até mesmo uma caminhada.

E onde eu estava? Ah, que eu estou recrutando a oitava série na barraca de vendas de bolinhos do leilão antigo da Missão.


-Eu não pude acreditar quando a irmã Enestine nos falou que deveríamos estar ajudando fora da cabine - Shannon estava dizendo. Shannon, pelo que descobri, não é tímida. Ela gosta de conversar. Muito. - Isso é, você está no 11º série e tal . E você sabe. É tão legal.


Legal. Ah, certo.

Eu não esperava que tantas pessoas fossem aparecer no leilão. Ah, claro, poucos pais, ansiosos para ver como eles se importão com a educação dos seus filhos. Mas não, você sabe coletores de antiguidades ansiosos.


Mas era exatamente esses que estavam aqui. Havia pessoas de todas as partes, que eu nunca vi antes. Todos andando por aqui, “olhando” os intens que seriam leiloados, e sussurrando conspiratóriamente para outro. Por acaso, alguns deles pararam por nossa cabine e descansaram comendo Rice Krispies ou outras coisas.
Mas a maioria tinha seus olhos voltados no prêmio...Neste caso, alguma coisa feia, parecida com uma pássaro na gaiola, ou algum relógio velho do Mickey Mouse, ou um globo de neve com a ponta dourada ou algo parecido com isso.
 Você pode imaginar minha surpresa quando ela se levantou sobre o palco ao término do pátio e pode anunciar no microfone, em frente a todos os muitos coletores de antiguidades juntos lá, que na ausência do monsenhor, a leilão seria feito por ninguém menos que Andy Ackerman, anfitrião famoso de um espetáculo de conserto na tv a cabo...
... E meu padrasto


Eu vi o Andy subir no palco, ondulando modestamente e parecendo envergonhado por causa de todos os aplausos que ele estava conseguindo. Não segura de que pudesse haver qualquer coisa possivelmente mais embaraçosa do que isto, eu comecei a me esquivar para abaixo em minha cadeira...

Ah, mas espera, havia algo mais embaraçoso do que meu padrasto narrando o leilão de antiguidades escolares. Também havia o fato que a maioria dos aplausos que ele estava conseguindo estava vindo de uma mulher na fila dianteira. Minha mãe.

-Ei - Shannon disse. - Aquilo não é...

-Sim - eu a interrompi. - Sim, é.

Alguns minutos depois, o leilão começou com Andy fazendo uma imitação muito boa desses leiloeiros você vê na televisão, um que realmente fala rápido. Ele estava gesticulando uma cadeira de plástico laranja feia e declarando isto "Eames autêntico" e perguntando se qualquer um estava disposto a dar cem dólares para isto.

Cem dólares? Eu não teria negociado um saboroso Rice Krispies por isto.

Mas não iria saber isto, as pessoas na audiência estavam erguendo as notas delas e logo a cadeira foi por 350 doláres! E ninguém até mesmo se queixou do roubo que aquilo era.

Claramente Irmã Ernestine tinha impressionado nesta audiência quando a escola precisou de seu repavimento de tribunal de basquetebol, porque as pessoas estavam jogando fora o pouco dinheiro delas nos pedaços mais unúteis de lixo. Eu vi o tia Pru de CeeCee e meu próprio professor de história, o Sr. Walden ambos licitação um contra o outro para um abajur extremamente horroroso. Tia Pru ganhou finalmente - Por 175 dólares. - Então caminhou para a direção de Sr. Walden, aparentemente para se regozijar. A não ser que alguns minutos depois, eu os vi juntos tomando uma limonada e os escutei rindo sobre compartilhar custódia do abajur, como se isto fosse uma criança em uma determinação de divórcio. Shannon, enquanto observando isto, falou:

-Ual, aquilo é atraente, não é?



A não ser claro, que não era totalmente. Não é atraente quando a tia estranha de sua melhor amiga e seu professor de História fazem uma conexão de amor, e você não pode ligar para o sujeito que você gosta porque, oh adivinhe só, ele é um fantasma e não tem um telefone.

Não que eu fosse ligar para Jesse, eu não tinha muita coisa para dizer a ele. O que ia eu dizer, poderia ser: "Ah, sim, a propósito, o Paul quer viajar no tempo e fazer com que você não morra. Mas eu planejo impedi-lo. Porque eu quero que você vague no inferno durante aproximadamente cento e cinqüenta anos, assim você e eu podemos andar no carro de minha mãe. Certo? Tchauzinho”.

No entanto, isso não era o que ia acontecer. Paul não iria voltar no tempo, eu acho. Porque ele não tinha a âncora de que seu avô havia falado. A âncora que liga ele e a noite que Jesse morreu.

Ou então era o que eu dizia a mim mesma - o que eu reafirmava para mim mesma — até o momento que Andy segurou a fivela de prata do cinto que Brad tinha achado enquanto limpava o sótão.Quando ele achou isto — enfiado entre as ripas do chão abaixo da janela do sótão — isto tem sido a sua coisa velha manchada e eu raramente olhei para isso duas vezes. Andy jogou isso na caixa marcada Leilão da Missão e não pensou nele de novo.

Quando ele segurava isso agora, eu vi que estava brilhando na luz do sol da tarde. Alguém tinha lavado e polido. E agora Andy estava pensando sobre como isso era um artefato de quando nossa casa tinha sido o único hotel da área — um jeito sofisticado de dizer que isso era realmente uma pensão — e que a sociedade Histórica de Carmel datou de aproximadamente 150 anos de idade.

Quase ao mesmo tempo em que meu namorado morreu.

-O que eu vou conseguir por essa brilhante fivela de prata? – Andy quis saber. – Um pedaço real de trabalho manual fora de moda. Olhe os detalhes de ornamentação do D cravado nele.

Shannon, sentando do lado dele, de repente disse:

- O seu irmão fala de mim? Dave, eu quero dizer.


Eu estava preguiçosamente observando o meu padrasto. O sol estava muito forte e estava difícil pensar em qualquer coisa que não fosse o quanto eu desejava estar na praia.

-Não sei – eu disse – Eu entendia a dor da Shannon claro, ela tinha uma queda pelo cara. Tudo que ela queria saber era se ela estava ou não perdendo seu tempo.

Como irmã do objeto de sua afeição, entre tanto, tudo que eu podia pensar era… eca. Também, David é muito jovem para ter uma namorada.

-Um dos membros da Sociedade Histórica – não pense que eu não vejo você ai, Bob- disse Andy rindo – Até aventurei que essa fivela possa ter pertencido ao clã Diego, muito antiga e respeitada família, que se estabeleceu nessa área, quase há duzentos anos atrás.

Respeitada, uma ova. Os Diegos — ou pelo menos o fantasma de um dos membros da família que eu tive a má sorte de encontrar - tinham todos sido de ladrões e assassinos.

-Eu acho que por essa razão e não apenas por sua intrincada beleza- Andy continuou – Esta peça vai ser muito procurada por colecionadores um dia... E quem sabe, talvez até hoje em dia!

- O David não fala muito sobre garotas em casa – eu disse para Shannon. – Pelo menos, não comigo.

-Ah. – Shannon parecia desapontada - Mas você acha… Bem, você acha que se ele gostasse realmente gostasse de uma garota seria alguém assim como eu?

- Vamos começar as ofertas para essa ótima e autentica jóia com 100 dólares - Andy disse. – Cem dólares, sim, temos cem dólares. Que tal cento e vinte e cinco dólares?Quem dá cento e vinte e cinco dólares?
Eu pensei sobre o que Shannon tinha me perguntado. David, uma namorada? O mais novo dos meio-irmãos, eu não poderia imaginar David com uma namorada, muito menos imagina-lo atrás de um volante ou até jogando futebol. Ele só não é esse tipo de cara.

-Trezentos e cinqüenta – Eu ouvi Andy dizer – Eu ouvi trezentos e cinqüenta?

Mas eu supus que David dirigiria um carro. Quer dizer, eu dirijo agora e houve um tempo em que minha família se desesperava que isso um dia pudesse acontecer. Fazia sentido que um dia David tivesse dezesseis e fizesse as mesmas coisas que seus irmãos mais velhos Brad, Jake e eu estávamos fazendo...Você sabe, dirigir, sair com membros do sexo oposto.

-Meu Deus, Bob – Andy disse no microfone - Você não estava brincando quando mencionou o quão importante esta peça seria no leilão hoje. – Eu tenho setecentos dólares. Ok, setecentos e cinqüenta. Eu ouvi oitocentos?

-Claro – Disse para Shannon. – Eu quero dizer, por que o David não gostaria de você?Eu quero dizer, se ele gostasse de alguém mais do que outro alguém, o que não estou dizendo que ele goste. Bom, pelo menos que eu saiba.

-Verdade? – Shannon parecia preocupada – Porque o Dave é realmente inteligente. Eu acho que ele provavelmente só gostaria de garotas inteligentes. Mas eu não estou me dando bem em Matemática.

-Eu tenho certeza que o David não se importaria com algo assim – eu disse, muito embora eu não estivesse certa disso. – Até então, se sabe que você é uma pessoa legal e tal.

-Verdade? - Shannon corou. Realmente acha isso?

Meu Deus, o que eu tinha dito?

Felizmente naquele momento, Andy bateu forte com seu martelo e distraiu a Shannon gritando:

-Vendido por mil e cem dólares.

-Uau - Shannon disse. – Isso é muito dinheiro.

Ela não era a única em choque. Havia um som espantado na multidão. Mil e cem dólares foram o máximo que qualquer item que o conjunto tenha conseguido até agora. Eu estiquei o meu pescoço para ver que tipo de bobo tinha dado todo esse dinheiro para queimar nesse tipo de lixo. E estava espantada que Andy ainda estivesse segurando a fivela que Jake tinha achado no sótão...
... E aquele Paul Slater, dentre todas as pessoas, estava abrindo caminho para pegar sua peça.

Eu observei enquanto Paul, parecendo satisfeito, apertou a mão do Andy, pegou a fivela e sacou o seu talão de cheques.Que perdedor, eu pensei. Quer dizer, eu já sabia há muito tempo que Paul era um esquisitão, mas jogar fora o seu suado – nem tão suado assim, realmente - eu tinha quase certeza que ele estava pagando pela fivela com fundos roubados dos Gutierres – Pedaço de lixo como aquele... Bem, isso era loucura.

Não fazia sentido algum. Porque Paul Slater gastaria mil e cem pratas em uma fivela amassada... Se ela pelo ou menos tivesse sido polida e pudesse ser ligada ao seu dono original, alguém do clã Diego?

E então, como se alguém tivesse batido com o martelo do Andy na minha cabeça, finalmente fez algum sentido, e tudo ficou claro. E eu comecei a sentir como seu eu pudesse atirar todas aqueles bolinhos que nós estávamos secretamente jogando nas costas da irmã Enerstine. Eu acho que devo ter mostrado no meu rosto, já que ela respirou fundo e perguntou:

-Você está bem?

- Bar do limão estragado – eu disse – Já volto. - Eu levantei e corri da mesa de bolinhos, em volta das filas de cadeiras desmontáveis e ai subindo o corredor do palco onde Paul estava em pé. Mas antes que pudesse chegar em algum lugar perto dele, alguém me agarrou pelo braço.

Meu coração estava batendo tão rápido por conta dessa história Paul- tentando- manter - meu- namorado - sem – morrer que eu quase pulei uma milha no ar, eu estava ofegante, mas quando eu me virei, era apenas minha mãe.

-Suze, querida – ela disse, sorrindo lindamente para Andy atrás do seu pódio. – Isso não é engraçado? Andy não está maravilhoso?

-É – eu disse – Sim, mãe.

- Ele nasceu para isso, não foi? – ela está tão apaixonada por esse cara. Isso é completamente nojento. De uma maneira boa, eu acho, mas ainda nojento.

- Sim - eu disse – Olha, eu tenho que...

Mas eu não deveria ter me preocupado. Porque Paul me achou.

-Suze – disse ele descendo os degraus do palco. Eu estava muito atrasada, a transação estava completa, a fivela já estava em suas mãos - Legal encontrar você aqui.

- Eu preciso falar com você – eu disse mais intensamente do que eu desejava, porque tanto minha mãe, quanto a Irmã Enerstine, que estava perto do Paul ainda com o cheque em suas mão, viraram para me olhar.

-Suze, querida, você está bem?

-Eu estou ótima – eu disse rapidamente. Eles podiam dizer que meu coração estava batendo uma milha por minuto e minha boca estava tão seca quanto areia? – Eu apenas preciso falar com Paul bem depressa.

- Quem está tomando conta da barraca de bolinhos? – quis saber irmã Enerstine.

-Shannon está controlando – eu disse, pegando Paul pelo braço, ele estava nos observando – minha mãe, irmã Ernestine e eu – com um sorrisinho sarcástico, como se tudo que nós estamos dizendo o divertisse muito.

-Bem, não a deixe sozinha por muito tempo – disse severamente irmã Enerstine – dava para ver que não era bem o que ela queria dizer, porém, era até onde ela queria ir na frente da minha mãe.

-Pode deixar, irmã – eu disse.

Então eu puxei o Paul para longe do palco e para trás de uma das mesas onde estavam expostos ao resto das coisas que estavam para se leiloadas.

-O que você pensa que está fazendo? – eu sussurrei para ele no momento que nós estávamos fora da audição.

-Bem, Suze – ele disse parecendo que estava achando a situação muito divertida – Bom te ver também.

-Ah, não vem com essa – eu disse, estava meio difícil fala com a minha boca seca e tal, mas eu não ia desistir. - Para que você comprou aquela fivela?

-Isso? – Paul abriu seu punho e eu vi um flash prateado brilhando ao sol por um segundo antes que ele fechasse seus dedos novamente. – Ah, não sei, só achei que era bonita.

- Mil e cem dólares pela beleza? – Eu o encarei esperando que ele não visse o quanto eu estava tremendo. – Fala sério Paul, eu não sou estúpida. Eu sei porque você comprou essa coisa

-Sério? – O sorrisinho de Paul foi mais enfurecedor do que o normal –Me esclareça.

- Só que não vai funcionar – meu coração estava batendo em minhas costelas, mas eu não tinha como voltar atrás. O último nome de Jesse é de Silva, é um S e não um D. Essa fivela não é dele.

Eu esperava que essa novidade tirasse aquele sorrisinho irritante do seu rosto, só que não tirou.

Os cantos da sua boca nem se moveram.

-Eu sei que não é a fivela de Jesse – disse ele displicentemente – Algo mais, posso ir agora?

O encarei. Eu podia sentir o meu pulso diminuindo, e o zumbido que estava no meu ouvido desde que eu descobri que ele era o novo dono da fivela, de repente desapareceu. Pela primeira vez em muitos minutos, eu pude respirar fundo, antes só conseguia respiração curta.

- Então...Então você sabe – eu disse me sentindo ridiculamente aliviada – Você sabe que não pode usar isso para voltar no tempo e salvar o Jesse.

-Claro – Paul disse, seu sorriso crescendo mais do que nunca – Porque vou voltar no tempo para impedir o assassino do Jesse. Até loguinho, Suze.

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