terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Mediadora - Crepúsculo, Meg Cabot, Cap 8

-Não se incomode em negar isso.- Paul disse enquanto eu olhava para ele em choque. - Eu sei que é isso que você vem planejando desde que eu cometi o erro de te contar.- O calor da mão que ele tinha posto no meu braço pareceu me fisgar. - Essa jogada minha de salvar a vida do Jesse é mais para salvar a minha vida. Porque tipo, eu gosto do meu corpo. Eu realmente não quero desistir dele pro jesse.


Minha boca estava se mexendo – eu sabia que estava, pois o Paul parecia esperar por algum tipo de resposta.


Só que eu não conseguia fazer um único som. Eu estava paralisada.
Porque agora finalmente fazia sentido. A acusação que Paul tinha feito no outro dia em sua cozinha. Que seus planos para o Jesse eram muito mais humanos do que os meus para ele. Porque ele estava planejando salvar o Jesse, quando eu, aparentemente, estou planejando matar o Paul.
Só que é claro, eu não estou.


Mas isso parecia não importar para ele.

-Tudo bem - Paul assegurou para mim.- Eu acho, que é um jeito de flertar, sério. Que você pensa que eu sou bonito o bastante para colocar a alma do seu namorado em mim. Isso prova que, não importa o que você diga, você gosta de mim, um pouco. Ou pelo menos que você gosta de sair comigo.

-Isso é tão... - eu finalmente achei minha voz. Infelizmente ela saiu trêmula. Mas eu não liguei. Eu só pensava em provar pra ele o quanto ele estava errado. - Tão mentira! Como você ate mesmo pode... O que teria te dado a idéia de que eu...


-Ah...Vamos lá suze. - Paul disse. - Admita isso. Comigo, a coisa é verdadeira. Não me diga que quando você esta com o Jesse, você não pensa em quanto as coisas podem ficar boas? Mas é tudo uma ilusão? Não é realmente o coração dele que você ouve bater. A pele não é realmente quente. Porque ele não tem pele. Está tudo na sua cabeça...Mas isso não está - ele adicionou, delicadamente segurando meus braços com seus dedos.


Até que eu tirei meu braço de perto dele, e deu um passo para trás. Ele parecia ter sido atingido, mas segurou suas duas mãos no alto indicando que não ia me tocar de novo.

- Nossa, tá bom suze. Me desculpe. Mas você não pode negar que é verdade, quando nós nos beijamos, você não exatamente me empurra, pelo menos não de primeira...
Eu senti minhas bochechas queimando. Eu estava tão envergonhada. Eu n podia acreditar q ele estava falando disso na escola...de todos os lugares....


Especialmente considerando o Jesse? É...Esse era seu novo lugar de assombração. Ele provavelmente estava por perto em algum lugar.
Mas eu não podia negar o que Paul estava dizendo. Quero dizer...Eu podia...Mas estaria mentindo.


-É claro que eu gostei quando a você me beijou – Eu disse, embora eu tinha que praticamente empurrar as palavras, que pareciam estar entaladas na minha garganta.-Você beija muito bem e sabe disso – O que mais eu podia dizer?Era verdade.-Mas isso não significa que eu goste de você...


Mas isso pareceu não aborrece-lo


-Provando o meu ponto – Ele disse – Que você quer o corpo, porém com a alma de Jesse dentro dele.


- Eu acho que o que aconteceu com Jesse foi horrível – Eu disse tranqüilamente, me referindo ao assassinato – E tudo bem, há muita coisa que eu faria para trazê-lo de volta á vida. Mas não isso.


-Por que não? – Paul disse dando os ombros – Quer dizer... O que está te impedindo?Como você já disse um monte de vezes, eu sou um ser humano repreensível com nenhuma qualidade que me redima... Exceto a minha habilidade com lábios, aparentemente.Então por que não diz um adeus a minha alma, e deixa o Jesse perfeitinho ter uma 2ª chance?


A verdade era que eu era inocente de tudo que ele estava me acusando. Nunca havia me ocorrido fazer o que ele estava me acusando de planejar a um tempo. Ta, Ok, às vezes me passava à idéia entre um momento e outro, mas eu instantaneamente a apagava.
Mas agora - provavelmente porque ele já estava me induzindo – uma parte de mim realmente se perguntava por que não?Paul não merecia todas as coisas maravilhosas que ele tinha. Ele nem as apreciava. Ele roubava de pessoas menos afortunadas que ele, não tratava sua família com respeito algum e certamente ele não havia sido gentil comigo... Ou com Jesse.


Então por que eu não podia mandar Paul para o grande desconhecido e deixar o Jesse com o corpo de Paul e sua vida?Jesse merecia uma segunda chance e certamente ele seria um melhor Paul Slater do que Paul jamais havia sido.


É claro que Jesse não aprovaria. Ele provavelmente acharia errado roubar Paul da vida que era legalmente sua, só para que ele pudesse viver de novo.


E seria extremamente bizarro, olhar para os olhos azuis de Paul sabendo que era Jesse olhando por eles.

Mas não seria exatamente como se eu estivesse matando Paul. Seu corpo ainda estaria vivo.E sua alma estaria...Exatamente onde a de Jesse está agora, sem propósito, vagando pela terra, sem idéia alguma do que lhe aconteceria no futuro.

Mas ai a sanidade voltou, fria e úmida como a água borbulhante da fonte que havia no centro da Missão. E eu ouvi a mim mesma respondendo a pergunta de Paul - Então por que não diz um adeus a minha alma, e deixa o Jesse perfeitinho ter uma 2ª chance? – a cada palavra, tão tranqüilamente como ele a havia perguntado.


- Hum – eu disse sarcasticamente – Porque talvez isso seria assassinato?


Alguns músculos no maxilar de Paul se contorceram – Homicídio justificável – ele disse – E nós dois sabemos que eu não estaria realmente morto. E eu mereceria não mereceria? Quer dizer, pelos meus pecados?


- Talvez - eu disse me sentindo do mesmo jeito que eu fico depois de uma sessão de exercícios do meu vídeo de kickboxing. Você sabe, as endorfinas entrando no seu corpo. Porque eu realmente de tive, de uma maneira, um grande exercício. Só que nesse caso, um exercício emocional - Mas a coisa é que não sou ninguém para o julgar.


-Por que não? – Paul perguntou – Você parece não ter problema nenhum em ME julgar.


Mas ele não ia me pegar daquela forma.

– Seu avô me avisou que quando ele percebeu todas as coisas que os mediadores poderiam fazer, ele cometeu o erro de achar que era Deus – Eu disse a ele – E olhe onde ele está agora? Eu não irei cometer o mesmo erro.


Paul apenas piscou.Eu acho que ele realmente achava que eu iria fazer aquilo.A coisa de transferência de alma, eu digo.Agora que havia tirado todo o vento da navegação dele, ele parecia... Tão atordoado quanto eu estive antes.

-Conseqüentemente você vê - Eu disse tentando tirar vantagem - Seu duro plano de voltar –no - tempo para salvar o Jesse? É uma coisa inútil. Porque, só uma coisa, você não pode viajar no tempo a menos que a pessoa que está indo ajudar, realmente queira a sua ajuda. Jesse definitivamente não quer. Outra coisa, eu nunca pensei em roubar o seu corpo e dá-lo ao Jesse, Paul. Mas, você sabe, você pode continuar se lisonjeando em pensar que eu estava, se isso o fizer feliz.

Eu não devia ter dito isso, descobri um momento tarde demais, foi completamente assim irreverente. Pelo menos não então. Porque quando eu tentei dar uma volta em seguida por ele jogando o meu cabelo num lance para mostrar meu desdém para ele - algo pareceu me agarrar. Coisa que em seguinte eu soube, sua mão tinha disparado para fora e tinha travado o meu braço em um aperto que me machucou.

- Não. Ah, você não - ele disse estupidamente. - Você não pode sair assim facilmente - Mas ele estava errado. Porque em seguida, a mão de Paul tinha sido erguida pra fora de mim e seu braço foi dobrado para trás, o que me pareceu ser uma posição dolorosa, mas bonita.

-Ninguém nunca te disse - Jesse perguntou, em uma voz semi-divertida, -que um cavalheiro nunca coloca a mão em uma dama? - O que eu achei meio engraçado, considerando onde que o Jesse havia colocado sua mão na última vez que nós tínhamos nos visto. Mas eu achei melhor deixar essa passar.

- Jesse – Eu disse – Eu estou bem, você pode soltá-lo.

Mas Jesse não o soltou.Se alguém passasse por ali, iria ver Paul curvado em um ângulo muito peculiar, com o rosto branco de dor.Porque, é claro, somente eu e ele podíamos ver o fantasma que o estava segurando.

Eu não ia fazer nada com ela – Paul insistiu com uma voz sufocada – Eu Juro.

Jesse olhou para mim, em busca de confirmação.

- Ele te machucou Suzannah? – Ele perguntou


E balancei minha cabeça.

– Eu estou bem – eu disse


Jesse segurou Paul por mais um segundo ou dois – eu acho que só pra provar que ele podia – e então o soltou, então Paul caiu com suas mãos e joelhos nas pedras que formavam a breezeway da entrada.

-Você não tinha que chamá-lo - Paul disse pra mim com a dignidade ferida.


-Eu não chamei - eu estava dizendo a verdade.


-Ela não teve - Jesse disse, indo ao encontro a uma das colunas da substenção dos Breezeway. Ele cruzou os seus braços e olhou Paul seriamente enquanto ele se levantava.


-O que você disse, apaga um distúrbio na força ou alguma coisa semelhante? - Paul perguntou testando-o.


-Alguma coisa semelhante - Jesse olhou de Paul a mim e então pra trás outra vez. - Existe alguma coisa aqui que eu deva saber?


-Não - Eu disse rapidamente, tão rapidamente, talvez, desde que uma das sobrancelhas de Jesse - a que tinha uma cicatriz - foi completamente pra cima. Paul, para minha fúria, começou a rir com sarcasmo.

-Oh, claro - ele disse. - Vocês dois tem um relacionamento bom. É realmente muito bom, levando em conta o quão honesto vocês são um com o outro.


Jesse estreitou os seus olhos escuros no sentido de Paul. Isso pareceu fazer com que a sua risada secasse, sem Jesse ao menos dizer uma palavra.

Então Jesse girou seu olhar penetrante em mim.


-Não é nada - eu deixei escapar, sentindo um pânico repentino. - Paul estava só... Ele estava pensando em fazer algo a você. Mas ele mudou de idéia. Não é Paul?


-Não, na verdade não -, Paul disse. - Olha, eu tive uma idéia. Vamos perguntar a Jesse o que ele quer, que tal? Ele começou a dizer, Jesse, Como você se sentiria se eu dissesse o que eu posso -.

-Não, - Eu interrompi ofegante. De repente, estava ficando difícil respirar. - Paul, realmente não é necessário, Jesse não -.


-Agora, Suze - Paul disse como se fosse Três anos mais velho. - Vamos permitir que Jesse decida. Jesse, se eu lhe dissesse as maravilhosas outras coisas que nos mediadores podemos fazer, como, viajar no tempo? É isso que eu tinha oferecido, viajar no seu tempo, na noite em que você morreu, supostamente - e salvar a sua vida. O que você diria disso?


O olhar escuro de Jesse Não deixou os de Paul, nem sua expressão indecisa e fria. Não, nem por um segundo.

-Eu diria que você é um mentiroso - essa foi a resposta calma que Jesse deu a ele.

-Veja, pense no que você pode dizer disto - Paul era seguro e confiante a dar aquela oferta de viajar no tempo e ele era tão persuasivo. - Mas eu estou aqui pra dizer que isso é verdade absoluta, Jesse, Você não precisava ter morrido naquela noite. Eu posso voltar no tempo e alertar você. Bem, você não me conhecerá, claro, mas eu acho que poso dizer à você - que eu sou o futuro - que eu vim do futuro e que você vai morrer se não fizer o que eu lhe digo, você irá acreditar em mim.

-Você acreditaria? - Jesse perguntou na mesma voz calma mortal. - Porque eu não.

Isso selou Paul por um segundo ou dois, foi aí que a minha respiração se tornou fácil outra vez. Meu coração cambaleou com afeição para o homem que se inclinava para o encontro da coluna de pedras ao meu lado. Eu não deveria ter me preocupado em esconder isso de Jesse. Jesse jamais escolheria a vida ao invés de mim, nunca, ele me amava muito.
Pelo menos foi assim que eu pensei, antes de Paul começar a se sentir seguro de si mesmo outra vez.


-Eu acho que você não está entendendo o que eu estou dizendo aqui. - Paul agitou sua cabeça - Eu estou falando sobre dar a sua vida de volta, Jesse. Não essa vida que você está vagando por aí ha 150 anos, assistindo as pessoas que você ama crescendo, ficando mais velhas e morrendo, um por um. Não é essa Jesse, Você viverá. Será um senhor maduro. Eu posso, você sabe, me livrar daquele cara, o Diego, o que matou você. Como você pode dizer não a uma oferta como esta?

-Assim - Jesse disse com harmonia. – Não.

Sim! Eu pensei com alegria. Sim!
Paul piscou. Uma. Duas vezes.


Daí ele disse, com sua voz amigável que ele esteve em momentos atrás:
-Não seja um idiota, eu estou oferecendo a você uma chance de viver novamente. Viver. O que você irá fazer, ficar por aqui o resto da eternidade? Você vai assistir ela ficar velha - ele apontou o dedo para mim - E eventualmente voltar espanar restos mortais como você fez com a sua família? Não se lembra da sensação? Você quer passar tudo aquilo de novo? Você quer sacrificá-la de ter uma vida normal - casamento, crianças, netos - só para estar com você, quando você nem pode sustentá-la, não pode nem-

-Paul pare com isso -, Eu mandei porque eu consegui ver o rosto de Jesse ficando com menos e menos expressões a cada palavra.


Mas Paul não parou. Não por um longo tempo.


-Você pensa que está fazendo a ela algum favor estando por aqui?

-Pare com isso - eu gritei para Paul enquanto eu agarrava os braços de Jesse. Então duas coisas aconteceram de uma vez. A primeira foi que as portas da sala de aula em torno de nós se abriram e os estudantes começaram a sair para as trocas de sala. A segunda era que eu prendi as duas mãos de jesse com as minhas, olhando ansiosamente em sua cara. -Não escute ele, por favor. Eu não me importo com essas coisas, casamento e crianças. Tudo o que eu quero é você.

Mas era tarde. Eu podia dizer bem tarde. Alguma coisa que Paul tinha dito estava começando a incomodá-lo, magoá-lo. A expressão de Jesse tinha crescido incomodada, e ele pareceu incapaz de olhar no meu olho.


-Isso significa - Eu disse, dando a ele uma expressão frustrada. - Não dê atenção a uma palavra que ele diz!


-Hum, Olá Suze.- era a voz de Kelly Prescott. - Falando muito com as paredes? - Eu dei uma olhada por cima dos meus ombros e lá estava ela com o seu modelinho Dolce & Gabbana, sorrindo com deboche para mim. Eu soube, claro, o que ela via. Eu com as minhas mãos levantadas segurando Jesse, mas para ele eu estava apenas segurando o ar e falando com uma das colunas do Breezeway.


Como eu já não tenho uma reputação das boas. Agora eu realmente sabia o quanto era estranho, menos pra mim o que eu estava fazendo.
Mas quando eu voltei a minha atenção para dizer a Jesse que nós terminaríamos essa conversa depois, mas já era tarde. Ele tinha desaparecido. Eu girei as minhas mãos para a cara de Paul, que estava, ainda, olhando irritado e na defensiva ao mesmo tempo.


-Muito Obrigada - eu disse pra ele.


-Não fale nada - e foi aí que ele saiu, assobiando.

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