terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Mediadora - Crepúsculo, Meg Cabot, Cap 7

-Padre Dominic? - Minha voz parecia furiosa até para meus próprios ouvidos – Padre D. você está ai?



-Sim, Suzannah – Padre Dominic soou um pouco desgastado.Contudo isso poderia ser pelo fato dele ainda não ter aprendido a mexer com seu telefone – Sim eu estou aqui.Eu achei que era necessário apertar o botão “send”, mas aparentemente...


-Padre Dominic, algo terrível aconteceu - Eu não esperei ele responder, apenas continuei a falar - Paul descobriu como voltar no tempo, e ele irá voltar para o dia em que Jesse morreu e irá salvá-lo.


Houve uma longa pausa. Então Padre Dominic disse:

-Suzannah onde você está?

Eu dei uma olhada.

Eu estava me levantando da cozinha de Paul, usando o telefone da parede, que eu tinha achado lá. Eu tinha perguntado ao criado de Dr. Slaski depois que eu tinha deixado o paciente dele, se eu podia usar o telefone. Ele me disse que era para eu seguir pela direita à frente.

Na casa do Paul – Eu disse – Padre Dominic você me ouviu?Paul achou um jeito de evitar a morte de Jesse.


Bom...- Padre Dominic disse – Essas são notícias maravilhosas. Mas você não deveria estar na escola?Já passou um pouco de 1 hora...


Padre D!- Eu praticamente gritei - Você não entende. Se Paul evitar que Jesse morra, então não dois nunca iremos nos conhecer.


Hummm – Padre Dominic tomou seu doce tempo para considerar o que eu havia dito –Alterar o curso da história nunca é uma boa idéia, eu acho.Olha o que aconteceu naquele filme...Como era o nome mesmo?Ahh sim...De volta para o futuro.


- Padre Dominic - eu estava quase chorando de frustração – Por favor, isso não é um filme, é a minha vida.Você tem que me ajudar.Você tem que voltar e me ajudar a impedi-lo.Ele não irá me escutar.Eu sei que não.Mas ele talvez escute a você...


-Bem, eu não poderia de forma alguma voltar agora Suzannah – Padre Dominic disse – O monsenhor não está... É quer dizer... O cachorro quente parece ter ficado “entalado” em sua garganta mais do que qualquer um poderia imaginar...Suzannah você disse que Paul descobriu um modo de viajar no tempo?

- Sim – eu disse com os dentes cerrados, eu estava começando a me arrepender de ter não ter colocado o Padre Dominic a par de muita coisa que eu havia descoberto sobre Paul durante nossas tardes de quarta-feira juntos.


-Meu Deus – disse o Padre Dominic – Que interessante. E como você acha que ele pode fazer isso?


-Tudo que ele precisa é de algo antigo – Eu disse – Algo que tenha pertencido à pessoa que, você sabe, ele queira voltar no tempo para vê-la.A pessoa precisa ser um fantasma, um fantasma que ele tenha conhecido. Daí ele precisa somente ficar no lugar que ele sabe que a pessoa vai estar – em sua mente, você sabe – e ele estará lá...

-Minha Nossa – Padre Dominic disse – Você sabe o que isso significa Suzannah?


-Sim – eu disse infeliz – Significa que eu voltarei para Carmel e não haverá ninguém assombrando o meu quarto porque Jesse não terá sido morto lá...


- Não – Disse o Padre Dominic - Bom eu acho que sim, eu suponho que signifique isso.Mas o mais importante é que nós poderíamos evitar a morte de todos os fantasmas que encontrássemos, basta só retornar no tempo e...






- Nós não podemos – Eu interrompi de modo chato – A menos que queiramos acabar com seis meses de vida restantes, como o avô de Paul.Não é como se transferir para o plano de espírito.Seu corpo todo vai junto e eu acho que... Eu acho que ele sofre as conseqüências.Mas Paul está planejando fazer somente uma viagem.


-Sim - Padre Dominic soou distante, mais do que São Francisco se você quer saber – É posso ver.


-Padre Dominic – eu chorei.Eu o estava perdendo e não por a nossa linha de comunicação não ser das melhores.- Você tem que impedi-lo.


-Mas por que Suzannah? – Padre Dominic perguntou – O que Paul planeja fazer é um tanto generoso...


- Generoso?- Eu estava chorando – O que tem de tão generoso nisso?


- Ele está dando a Jesse uma outra chance em vida – Padre Dominic disse – E pelo que você diz, ele está arriscando sua própria vida nisso. -Eu diria que é bem nobre da parte dele, na verdade.


-Nobre?! - Eu não podia acreditar no que estava ouvindo – Padre Dom eu posso lhe assegurar que os motivos de Paul estão muito distantes de serem nobres.Ele só o está fazendo por...

Sim? – De repente Padre Dominic era todo ouvidos.


Mas como você pode explicar para um Padre que o cara quer apagar seu namorado só pra poder dar uns amassos em você? Especialmente quando Paul não estava tentando apagar Jesse de forma alguma e pelo contrário, salvar sua vida.

- É só que...- eu não estava fazendo sentido algum e não me importava muito com isso...- Você não pode expulsá-lo ou qualquer coisa?


- Não Suzannah – Era minha imaginação ou havia um tom de riso de desprezo em sua voz? – Eu não posso expulsa-lo, não por isso, de qualquer forma...

- Mas nós temos que impedi-lo – eu disse. Porém, mesmo para os meus próprios ouvidos, meus protestos estavam começando a enfraquecer – Não é... Não é natural o que ele está planejando fazer.


-Talvez possa até ser – Padre Dominic disse- porém não é imoral e nem ilegal até onde eu sei.


Essa tinha que ser a primeira vez. Paul faria alguma coisa que poderia, na verdade, ser chamada de decente, sabe?


- Mas eu sim imagino – Padre Dominic ficou pensativo – Em como ele irá conseguir concretizar esse pequeno milagre.


-Eu já lhe disse – eu falei amargamente – Ele só precisa ter algo que a pessoa já possuiu e então ficar no local que essa mesma pessoa ficou uma vez e então...


- Sim – Padre Dominic disse – Mas qual pertence de Jesse, Paul possui?


Isso me calou por um minuto. Porque o Padre D. estava certo.Paul não tinha nada que pertencesse ao Jesse. Ele não poderia impedir o assassinato de Jesse porque ele não possuía nada que o tinha pertencido.


- Ah – eu disse, começando a me sentir um pouco menos como se eu tivesse lentamente estreitando uma corda em volta do meu pescoço – É, você está certo.


-É claro que estou – Padre Dominic disse, era minha impressão ou ele soava distraído? – Embora seja algo que você possa tentar fazer Suzannah, se ele lhe ensinar como...


- O que – eu torci a corda do telefone em volta do meu dedo – Voltar no tempo e impedir Jesse de ser morto?


-Exatamente – disse Padre Dominic – Essa pode ser a razão para a qual ele ainda está aqui em terra – Talvez ele não devesse ter morrido em 1º lugar.


Eu estava tão espantada por um momento que não consegui dizer nada. Ao invés disso, minha mente mostrou a imagem de um cartaz em que minha professora da 9º classe de inglês havia pendurado na sala. Eram 2 gaivotas voando sobre uma praia... Um cartaz no qual eu insistia em lembrar nos momentos mais inconvenientes. SE VC AMA ALGO, DEIXE O IR e abaixo das gaivotas se lia: SE FOR PARA SER SEU, ELE VOLTARÁ.

O nó imaginário no meu pescoço apertou a ponto de me fazer engasgar.

-Isso é patético, Padre D - gritei no telefone. - Está me ouvindo?Patético.

-Suzannah - Padre Dominic soava assustado.

-Esse não é o motivo pelo qual Jesse ainda está aqui - gritei. - Não é. Jesse e eu devemos ficar juntos, e se você não pode ver isso, bem, é problema seu!


Agora Pai Dominic soou mais que assustado. Ele soou bravo.

-Susannah - ele disse. – Não há nenhuma razão para usar esse tipo de linguagem.


- Não, não há - eu concordei com ele. –Especialmente porque eu não tenho nada para dizer a você. - Eu bati o telefone. Um segundo depois, O criado de Dr. Slaski apareceu, parecendo preocupado.

-Susan? - ele perguntou. - Você está bem?

-Eu estou bem - eu disse, me horrorizei quando vi que minhas bochechas estavam úmidas. Ótimo. E, depois de tudo, eu ainda estava chorando.

-Ainda pouco - o criado disse - Eu ouvi um grito...

-Não é nada - eu disse. -Eu estou indo. Não se preocupe.





E eu fui, sem dizer adeus para Dr. Slaski. Eu não tinha nada para dizer a ele, como não tinha nada mais para dizer à para Padre Dom. Havia só uma pessoa, eu percebi, que poderia impedir o Paul de fazer eu que sabia o que ele ia fazer. E aquela pessoa era eu. Claro que, o fato principal era que eu não tinha nenhum plano para impedi-lo. Isto era em que eu pensava enquanto me dirigia apara a escola. Um plano.

Chegando perto do lote da Academia de Missão, o que o Padre Dominic tinha dito começou a penetrar. Paul não tinha nada de Jesse que poderia o leva-lo àquela noite horrível que Jesse tinha morrido. Eu estava quase segura disto. Jesse tinha sido assassinado e o corpo dele nunca foi encontrado. Até recentemente, isso é. A própria família dele acreditou que ele tinha fugido para escapar de um matrimônio que ele não desejava.

O que o Paul poderia ter de Jesse que o ajudaria a voltar ao dia da morte deste? Nada. Porque as únicas coisas que ainda existiram daquele tempo eram um retrato de miniatura de Jesse. O qual eu persisti para colocar em uma caixa forte de casa. E algumas cartas que ele tinha escrito à noiva dele. Mas esses estavam à mostra no Museu Histórico da Sociedade de Carmel. Não havia nada de Jesse que o Paul poderia ter que pudesse ser usado para o ferir. Ou bastante, o salvar. Nada. Jesse estava seguro.

Que significou que eu estava segura. O alívio que eu sentia era efêmero, porém. Oh, não meu alívio sobre Jesse. Isso permaneceu. Era como eu estava tentando me mover furtivamente pela escola, meu equilíbrio recentemente restabelecido era novamente abalado. Nesse momento, não era por Paul. Não, era Irmã Ernestine que quebrou meu senso duro - ganhado de calma, da mesma maneira que eu estava tentando me misturar com os estudantes da mesma categoria quando eles abriram o espaço deles à próxima classe, enquanto eu fingia ter estado lá dentro desde o princípio com estes.

Susannah Simon! - A voz estridente da vice-diretora fez com que várias pombas que tinham estado em cima do poleiro nas vigas saírem voando assustadas. - Venha imediatamente a meu escritório! - Meu meio-irmão mais jovem, David, estava perto dali. Quando ele ouviu o comando da irmã, ele empalideceu visivelmente... Uma realização para ele, vendo como ele já era pálido, sendo um ruivo.

- Suze - ele me perguntou, enquanto me olhando surpreso. E por que não? Normalmente quando eu entrava em dificuldade, não era por mero atraso. Mais freqüentemente, nenhum está ao longo das linhas de destruição de propriedade. . . E alguém normalmente fins para cima inconsciente, se não morto. - O que fez você agora?

-Não importa - eu disse, um pequeno desgosto que eu tinha feito, voltado para o secundário, uma ofensa como matando aula. Eu realmente estava perdendo meu toque.

Eu segui para o escritório da Irmã Ernestine, ao contrário de Padre Dominic tinha, ela não tinha nenhum prêmio de ensino nas estantes.
Ninguém consideraria Irmã Ernestine uma pedagoga exemplar. Ela é uma disciplinadora, planície e simples. Eu desci ligeiramente. Ela tinha notado que eu tinha saído durante a classe de religião e que voltei direito depois do almoço. Eu lhe falei que eu tinha tido uma emergência médica leve e precisei ir para a farmácia, enquanto invocando uma vez mais a “maré carmesim” nas esperanças que ela acabaria com o assunto. Não teve o mesmo efeito em Irmã Ernestine como tinha usado Brad, porém.

-Então você deveria ter ido para o escritório da enfermeira - era a resposta concisa de Irmã Ernestine. Para meu crime, eu fui nomeada para escrever uma composição de mil palavras na importância de honrar os compromissos da pessoa. Adicionalmente, me disseram que se estivesse a leilão antigo de sábado, ajudaria a tripular a mesa de venda de cozedura dos oitavos graduadores. Ao todo, eu suponho que poderia ter sido pior.

Ou assim eu pensei. Antes que eu colidisse com Paul Slater. Ele estava atalaiando um dos apoios de pedra que sustentam a passagem coberta que é atrás, por que eu não o manchei em meu modo do escritório de Irmã Ernestine para minha classe. Asseada. Ele saiu das sombras da mesma maneira que eu estava me apressando.

- O viajante retornou – Ele disse.


Eu coloquei a mão sobre meu peito, pensando que isso faria o meu coração, que havia pulado em minhas costelas no momento em que o viu, voltasse a bater normalmente.


-Por que você tem que fazer isso? – eu demandei – Você me assustou!


-Bem que eu queria – o sorriso de Paul era decididamente não religioso, considerando o fato de nós estarmos a apenas alguns metros de uma Igreja.- Então por onde você andou?


Eu podia ter mentido, claro.Mas qual seria o ponto disso?Ele iria saber a verdade assim que chegasse em casa e o atendente de seu avô lhe dissesse que eu havia passado por lá. Então eu levantei meu ago e ignorando meu pulso alterado, falei:

As sobrancelhas escuras de Paul vieram abaixo tão rápido quanto ele ficou imóvel.


-Minha casa? Pra que você iria à minha casa?


-Para ter uma conversinha. - Eu me gabei. - Com seu avô.


Paul parecia ainda mais surpreso.

-Meu avô? - ele sacudiu a cabeça. - Para que você iria querer falar com meu avô?O cara é um completo vegetal.

-Ele não está bem. - Eu concordei. - Mas ele ainda é capaz de ter uma conversinha.


-Verdade! - Paul disse com sarcasmo. - Sobre Richard Dawson, talvez.


-Bem, isso - eu disse, sabendo que o que eu ia dizer em seguida ia enfurecê-lo, mas também sabendo que eu não tinha nenhuma outra escolha. - E viagem no tempo.


Os olhos de Paul ficaram enormes. Como eu tinha esperado, ele estava chocado.


-Viagem no tempo? Você conversou sobre viagem no tempo, com vovô vegetal?


-Com o Dr. Slaski - eu o corrigi. - E sim. Eu conversei.


Essas duas palavras – doutor e Slaski – pareceram acertá-lo como dois socos. Ele realmente parecia tão petrificado como se eu tivesse batido nele.


-Você está... - ele parecia não conseguir achar as palavras certas para se expressar. - Você está maluca? - foi o que ele conseguiu falar.


-Não - eu disse. - E nem o seu avô está. Mas eu acho que talvez você esteja.- Eu continuei – mais aliviada da preocupação agora que eu sabia o que ele pretendia.


-Eu sei que seu avô é Oliver Slaski - eu disse. - Ele mesmo me disse.


Ele simplesmente ficou encarando. Era como se em frente aos seus olhos a Suze que ele conhecia estivesse se transformando em uma pessoa completamente diferente. E talvez eu estivesse mesmo. Eu estava com certeza mais furiosa com ele do que eu jamais estive. Até mesmo mais do que quando ele tentou se livrar do Jesse pela primeira vez. Porque naquela época ele não sabia o que agora com certeza ele sabia...Que Paul e eu?


É, isso nunca ia acontecer.

-Ele não falou com você.- Paul disse tentando achar alguma esperança, seus olhos azuis tão frios como o mar em novembro. - Ele não fala com ninguém.

-Não com você talvez. - Eu disse. - Porque ele deveria? Já que você o trata desse jeito... Como se ele fosse uma grande inconveniência, um...Como é que você o chama? Ah sim, um vegetal. Quer dizer, seu próprio pai mudou de sobrenome por vergonha dele. Mas se alguma vez você tivesse tomado algum tempo para falar com ele, você saberia que ele não está tão longe assim... E ele tem várias coisas interessantes para falar a seu respeito.


-Eu tenho certeza. - Paul disse com um dar de ombros. - De fato, eu acho que sei o que ele fala, que eu sou a cria de satã, que eu não estou para bem nenhum, e que você deveria ficar longe de mim, e ai, acertei?


-Quase tudo. - Eu disse. - Mas considerando que você planeja viajar de volta no tempo e impedir que o Jesse morra? Eu diria que ele está 100% certo.


Com isso o medo deixou seus olhos – mas não a frieza. Ele até deu uma risadinha, mas foi apenas com uma metade de sua boca. - Então você finalmente descobriu? Demorou bastante, hem...


Mas eu não o deixei terminar. Eu dei um passo em sua direção até que meu rosto estava a centímetros do dele, e disse com a voz mais dura que eu consegui:

-Bem, eu descobri agora. E se você acha que impedindo o Jesse e eu de nos conhecermos vai fazer com que meus sentimentos por você mudem, vai sonhando!


Paul pareceu machucado. Mas eu sabia que era tudo uma farsa. Porque Paul não tem sentimentos. Não se ele realmente pretende fazer o que eu acho que ele vai fazer.


Mas ele estava fazendo o melhor de si para provar que eu estava errada.


-Mas suze. - Ele disse com os olhos azuis grandes e inocentes. - Eu estou só fazendo o que você quer. Depois de toda aquela coisa com a Sra. Gurierrez eu fiquei pensando...Eu to realmente tentando consertar as coisas. E salvar a vida do Jesse não é a coisa certa a fazer? Quero dizer, se você realmente o ama, você tem que querer o que é melhor para ele, não é? E não seria vivendo uma longa e feliz vida o melhor para ele?


Eu pisquei para ele, totalmente abalada com o jeito que ele tinha dito as coisas.

-Isso não é... Eu... - Eu parecia não conseguir fazer com que as palavras saíssem. Tudo que eu podia fazer era ficar parada lá e tremer.


-Está tudo bem, Suze. - Paul disse, colocando uma mão no meu braço – para me confortar, eu supus, na minha hora de necessidade. - Você não precisa me agradecer. Agora, você não acha melhor a gente voltar? Você não quer que a irmã Ernestine te ache matando aula de novo, quer?


Eu fiquei parada olhando para ele. Eu nunca tinha conhecido alguém tão manipulador quanto ele na minha vida toda... Com exceção talvez do meu irmão mais velho, Brad. Mas o Brad não tinha a inteligência de Paul, e era realmente incapaz de se sair com alguma coisa mais planejada do que uma festa na piscina... E até mesmo essa tinha sido abalada pelos policiais.


-Você está... Está achando muito. - Eu finalmente consegui falar. - Se você acha que salvando a vida do Jesse naquela noite em que ele morreu vai lhe garantir uma vida longa. Quem te garante que Diego não vai tentar na noite seguinte? Ou na próxima? O que é que você faria? Ficaria para sempre em 1850 e viraria o segurança pessoal do Jesse?


- Se for necessário. - Paul disse numa voz cheia de mais de carinho. - Veja você. Eu faria qualquer coisa – qualquer coisa necessária – para ter certeza que o Jesse morra em paz durante seu sono em uma idade bem avançada, para que ele nunca, nunca mesmo, necessite um mediador.


As luzes vermelhas da academia da missão passavam suavemente por mim enquanto eu digeria suas palavras. Eu sentia alguma coisa horrível subindo pela minha garganta.

-Porque você está fazendo isso? - eu olhei para ele com horror. - Você sabe que isso nunca vai funcionar. Se livrar do Jesse não vai fazer com que eu goste de você. Eu não gosto de você desse jeito.


-Não gosta mesmo? - Paul perguntou com um sorriso que era tão frio quanto seu olhar. - Engraçado. Eu podia jurar que na última vez em que nós nos beijamos, você gostou. Pelo menos um pouquinho. De qualquer jeito foi o suficiente...


Sua voz baixou sugestivamente... Mas agora o que ele estava sugerindo eu não fazia idéia.


-O suficiente para o que? - eu perguntei.


-O suficiente - Paul disse. - Para que você pense em tirar a minha alma do meu corpo e colocar a do Jesse em vez da minha.

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