terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Mediadora - Crepúsculo, Meg Cabot, Cap 4

A mão cheia de pedrinhas que eu tinha jogado bateu com barulho contra a pesada janela de vidro. Eu olhei em volta, preocupada com que alguém tivesse ouvido. Mas o pior era, eles ouvirem pequenas pedras batendo na janela do que eu chamando o nome de alguém que nem deveria estar vivendo lá...


Alguém que, tecnicamente falando, não estava vivendo de jeito nenhum.
Ele apareceu quase na mesma hora, mas não na janela, e sim do meu lado. Essa é a coisa sobre os fantasmas, eles nunca têm que se preocupar com as escadas ou as paredes.


-Suzannah. - Na luz da lua deu para ver perfeitamente o rosto do Jesse. Tinham piscinas negras no lugar em que seus olhos deveriam estar, e a cicatriz na sua sobrancelha – uma mordida de cachorro de sua infância – pareceu extremamente branca.


Mesmos com as gracinhas da luz da lua, ele era a coisa mais bonita que eu já tinha visto na vida. Eu não acho que é o fato que eu estou malucamente apaixonada por ele que me faz pensar assim. Eu tinha mostrado acidentalmente o quadrinho dele, que eu tinha sem querer, mas querendo, furtado a sociedade histórica de Carmel, para a Cee Cee, e ela concordou. Extraordinária gostosura foi exatamente o que ela disse.


-Você não precisa se preocupar com isso. - Ele disse, alcançando minha mão para tirar as pedrinhas que ainda tinham sobrado. - Eu sabia que você estava aqui, eu ouvi você chamando.


Exceto claro, que eu não tinha chamado ele. Mas de qualquer jeito. Ele estava aqui agora e era isso que importava.


-O que está acontecendo Suzannah? - Jesse queria saber. Ele tinha saído da sombra da reitoria, e assim eu podia finalmente ver seus olhos. Como sempre eles eram buracos negros e cheios de inteligência... inteligência e alguma outra coisa. Alguma outra coisa que eu gosto de pesar é só para mim.


-Eu só dei uma passadinha para dizer oi. - Eu disse com um murmúrio. Estava frio o suficiente que quando eu falei, vi a fumaça subir na minha frente.
Isso não aconteceu quando o Jesse falou... porque é claro ele não tinha respiração.


-As três da manhã? - as sobrancelhas escuras se levantaram, mas ele parecia mais divertido do que alarmado - Numa noite de escola?


Ele me tinha onde queria, é claro.


-O padre D. me pediu para por um pouco de comida de gato - Eu disse mostrando a minha bolsa. - Eu não queria que a irmã Ernestina me visse dando comida para o Spike. Ela não deveria saber sobre ele.


-Comida de gato? - Jesse disse. Agora ele definitivamente parecia divertido. - Isso é tudo?


Isso não era tudo e ele sabia. Mas também não era o que ele pensava.

Pelo menos não exatamente.


Mas, quando ele me puxou para ele eu não reclamei. Especialmente considerando que tem apenas um lugar no mundo em que eu me sinto completamente segura, e era exatamente onde eu estava...Em seus braços.


-Você está com frio hermosa - ele sussurrou contra meu cabelo. -Você está tremendo.


Eu estava tremendo, mas não porque eu estava com frio. Bem, não só por causa do frio. Eu fechei meus olhos, derretendo em seu abraço como eu sempre faço, sentindo seus braços fortes em volta de mim, seu peito forte na minha bochecha. Eu desejei poder ficar daquele jeito para sempre – nos braços do jesse, onde nada nunca poderia me machucar.

Porque ele nunca deixaria.


Eu não sei por quanto tempo a gente ficou daquele jeito, no jardim de vegetais da reitoria onde o padre D. morava. Tudo que eu sei é que eventualmente Jesse, que tinha estado acariciando meu cabelo, se afastou um pouquinho para que pudesse olhar para o meu rosto.


-O que está acontecendo Suzannah? - ele me perguntou de novo, sua voz parecendo estranhamente rude, considerando o carinho do momento. –O que é que está acontecendo de errado?


-Nada - eu menti, porque eu não queria que acabasse... A luz da lua, seu abraço, nada disso, tudo isso.


-Não é nada? - Ele disse, tirando um pouco do meu cabelo que o vento tinha soprado e que estava grudando no meu gloss. Eu pareço sempre ter esse problema. - Eu te conheço Suzannah. Eu sei que tem alguma coisa te incomodando. Venha.

Ele me pegou pela mão e me puxou. Eu fui com ele, mesmo sem saber onde ele estava me levando. Eu o teria seguido para qualquer lugar, até as profundezas do inferno. Só, é claro, ele nunca me levaria lá.


Diferente de certas pessoas.


Eu bem que dei uma paradinha quando eu vi para onde ele estava me levando. Não era exatamente o inferno mas...


O carro? - eu fiquei parada olhando para o Honda Accord da minha mãe.

-Você está com frio. Jesse falou firmemente, abrindo a porta do motorista para mim. - Nós podemos conversar ai dentro.


Conversar não era exatamente o que eu tinha em mente. Mas eu percebi que a gente poderia fazer o que eu tinha em mente tão fácil no carro, como no jardim de vegetais da reitoria, só que seria bem mais quente.


Só que o Jesse não tinha tido a mesma idéia. Ele segurou minhas duas mãos quando eu tentei colocá-las em volta de seu pescoço, e as colocou firmemente no meu colo.


-Me diz. - Ele disse da sombra do assento do passageiro, e eu podia dizer pela sua voz que ele não estava de humor para jogos.


Eu parei e olhei para fora da janela. Na matéria de romance, isso não era exatamente o que eu chamaria de uma seção agarra-agarra das melhores. Big sur talvez. O baile de inverno seria perfeito. Mas o estacionamento da reitoria da academia da Missão Junipero Serra? Não tanto assim!


 -O que é que está acontecendo, hermosa? - ele tirou mais um pouco do meu cabelo que tinha caído no meu rosto.
Quando ele viu minha expressão, ele tirou sua mão de volta.


-Ah, ele. - Ele disse numa voz completamente diferente.


Eu acho que eu não deveria ter ficado surpresa. Que ele tivesse sabido sem eu dizer nada. Tinha tanta coisa que eu não tinha contado a ele – tanta coisa que eu decidi que não ousaria contar ao Jesse. Meu acordo com o Paul, por exemplo: que em retorno do Paul não mandar o Jesse dessa para melhor, eu me encontraria com ele depois da escola toda quarta feira, debaixo da desculpa de aprender mais sobre nosso dom... Mas só que parecia que o que Paul mais queria fazer era conseguir por sua língua dentro da minha boca, nada estudar sobre mediadores.

O Jesse não teria ficado muito entusiasmado se ele soubesse dessas aulas. Menos que isso, se ele tivesse idéia do que realmente ocorre nessas... Não existe nenhum amor entre Jesse e Paul, a relação deles tem sido turbulenta desde o começo. Paul se achava superior ao Jesse meramente porque ele estava vivo e o Jesse não, enquanto Jesse não gostava de Paul por ele ter nascido com todos os privilégios do mundo – incluindo a habilidade de se comunicar com os mortos – e mesmo assim decidiu usar seus poderes para um único fim egoísta.
Mas é claro que esse desdém um pelo outro talvez tenha tido alguma coisa a ver comigo.


De volta quando Jesse tinha acabado de entrar na minha vida, eu ficava imaginando como seria legal ter dois caras brigando por mim. Mas agora que isso está realmente acontecendo, eu descobri a boba que eu tinha sido. Não tem nada de divertido o castigo que eu peguei por causa da ultima vez que os dois se encontraram, destruindo metade da minha casa. E aquela briga nem tinha sido por minha causa. Não tanto assim.


 -É só que. - eu disse, cuidadosa para não encontrar seu olhar, porque eu sabia que se encontrasse aqueles olhos negros e profundos, eu estaria perdida, como sempre. - Paul tem sido pior que o normal.


-Pior? - o olhar que o Jesse me lançou era afiado como uma navalha. -Pior de que jeito? Suzannah, se ele encostou uma mão em você...


-Não assim. - Eu interrompi bem rápido, percebendo que o discurso que eu tinha ficado até tarde ensaiando - o discurso que eu tinha me convencido que estava tão perfeito, que eu tinha que ir direto para a reitoria dizer na mesma hora, mesmo sabendo que estava no meio da noite e que eu teria que “pegar emprestado” o carro da minha mãe para chegar até lá – não era nem um pouco perfeito... Na verdade, era completamente errado. O que eu quis dizer é que, ultimamente, ele tem ameaçado... bem, fazer alguma coisa, eu realmente não entendo, com você.


Jesse pareceu divertido. O que realmente não era a reação que eu tinha esperado.

-Então você veio correndo aqui. - Ele disse. -No meio da noite para me avisar? Suzannah, eu estou tocado.


-Jesse eu to falando sério. - Eu disse. Eu acho que o Paul ta armando alguma. Lembra-se da senhora Gutierrez?


-É claro. - Jesse tinha traduzido a mensagem da mulher morta para mim porque meu espanhol é confinado apenas ao taco e a hermosa é claro. – O que tem ela?


Rapidamente, eu contei a ele sobre ter encontrado o Paul no pomar da Sra. Gutierrez. Só que eu não dei ênfase à parte em que Paul pegou o dinheiro antes mesmo q eu pusesse minhas mãos nele, a raiva de Jesse era óbvia. Eu vi seus olhos endurecerem e ele disse alguma coisa em espanhol que eu não pude entender, mas eu acredito que não era um elogio ao espanhol de Paul.


-Padre D. vai tomar conta disso. - Eu me apressei em dizer a ele, caso ele estivesse cultivando alguma idéia de fazer alguma coisa extrema com Paul, mesmo eu já tendo falado para ele que seria burrice ao extremo. Eu não contei que o padre D. sabia do roubo de Paul...Só que os Gutierrez precisavam de ajuda. Eu sei o que o Jesse falaria se soubesse que eu deixei o padre D. no escuro sobre a última transgressão de Paul.


Eu também sabia o que Paul iria fazer se descobrisse que eu o tinha dedurado.


-Mas não é com isso que eu estou preocupada. - Eu disse rapidamente. –É com uma coisa que Paul disse quando eu... Quando eu tentei pegar o dinheiro de volta. - Só que eu achei melhor deixar de fora a parte em que eu fiquei vidrada na beleza de Paul e também o que Paul tinha dito antes naquele dia, que seus planos para o jesse eram muito mais humanos do que os meus para com ele. Porque agora eu sentia que sabia o que ele tinha querido dizer com aquilo. Mas pensando, ele não poderia ter estado mais errado. - Era alguma coisa sobre você e o que ele ia fazer com você, não te matar...


-Isso...-Jesse interrompeu secamente. -Seria difícil hermosa, sendo que eu já estou morto.


Eu olhei para ele.

-Você sabe o que eu quis dizer. Ele disse que não ia te matar. Que ele ia... Eu acho que ele disse que ia impedir q você tivesse morrido em primeiro lugar.

Mesmo no interior escuro do carro eu vi as sobrancelhas do Jesse irem para cima.


-Aquele lá acha que suas habilidades são tão grandes assim.- Foi tudo o que ele disse.


-Jesse. - Eu disse. Eu não podia acreditar que ele não estava levando a ameaça de Paul a sério. -Ele realmente quis dizer isso, ele já me disse isso algumas vezes. Eu realmente acho que ele está tramando alguma coisa.


-Slater vai estar sempre tramando alguma quando você está no meio Suzannah. - Jesse disse, numa voz que sugeria que ele estava mais do que cansado desse assunto. - Ele está apaixonado por você. Ignore-o e eventualmente ele vai embora.


-Jesse.- Eu disse. Mas eu não podia dizer, é claro, que não teria nada que eu gostaria mais do que dar as minhas costas ao Paul e seus jeitos manipulativos, mas só que eu não podia porque eu tinha prometido que não daria as costas... Em troca da vida do Jesse. Ou pelo menos que ele continuasse nessa dimensão. - Eu realmente acho...


-Ignore-o Suzannah. - Jesse estava sorrindo um pouquinho agora enquanto balançava a cabeça. - Ele só diz essas coisas porque sabe que elas te aborrecem, e ai você presta atenção nele oh, Paul! Não Paul, não Paul!


Eu olhei para ele em horror.

-Isso era para ser uma imitação minha?


-Não o deixe feliz prestando atenção nele - Jesse continuou como se nem tivesse me ouvido - Ai ele vai se cansar e te deixar em paz.


-Eu não pareço nem um pouco com isso - eu mordi meu lábio inferior com incerteza. - Eu realmente pareço com isso?


-E agora, se isso é tudo. - Jesse continuou, me ignorando do mesmo jeito que ele tinha me mandado ignorar o Paul. -Eu acho que você deveria ir para casa, hermosa. Se a sua mãe descobrir que você saiu, você sabe que ela vai ficar preocupada. Além disso, você não tem escola daqui a algumas horas?


-Mas...


-Hermosa.- Jesse se aproximou e colocou uma mão na parte de trás do meu pescoço. - Você se preocupa demais!


-Jesse eu...

Mas eu não consegui terminar o que eu tinha começado a falar – nem um segundo depois eu podia me lembrar o que eu pretendia falar para ele. Isso porque ele tinha me puxado – gentilmente, mas com força – para junto dele, e tinha coberto minha boca com a dele.


É claro que quando os lábios do Jesse estão sobre os meus fica impossível de pensar em alguma outra coisa do que o modo como aqueles lábios me fazem sentir... O que é deliciosamente bem. Eu não tenho tanta experiência assim no departamento de beijo, mas até eu sei que o que acontece comigo quando o Jesse me beija é...Bem extraordinário.


E não só porque ele é um fantasma. Tudo que os caras tem que fazer é encostar seus lábios no meu para parecer que tem uma marcha de quatro de Julho descendo a minha garganta, até ficar tão quente que eu não agüente mais aquela chama branca. A única coisa que faz parecer aquele calor aumentar é me pressionar com mais força contra ele...


Mas isso, com certeza, só faz as coisas piorarem, porque ai o Jesse – que geralmente parece ter um fogo próprio queimando em algum lugar – acaba me tocando em algum lugar, como embaixo da minha blusa, onde, é claro, eu quero ser tocada, mas onde ele acha que seus dedos não tem nada para fazer. Ai os beijos acabam e o Jesse pede desculpas por me insultar, só que insultada é a ultima coisa que eu me sinto, coisa que eu fiz o mais claro possível para ele, mas sem parecerem uma piranha.


Mas é isso que eu ganho por me apaixonar por um cara que nasceu quando os homens ainda tratavam as mulheres como se elas fossem bonequinhas frágeis de porcelana e não de carne e osso. Eu já tentei explicar para ele que as coisas são diferentes agora, mas ele continua teimoso em acreditar que tudo do pescoço para baixo é fora dos limites até a lua de mel.
Exceto é claro, quando a gente está se beijando, como agora, e acontece dele esquecer, no calor do momento, que ele é um cavalheiro do século 19.


Eu senti a sua mão correndo pela costura dos meus jeans enquanto a gente se beijava. Nossas línguas juntas, e eu sabia que era só uma questão de tempo até que aquela mão entrasse debaixo da minha blusa a subisse até o meu sutiã. Eu pensei uma prece de agradecimento que eu estava usando um sutiã com fecho na frente. Então meus olhos se fecharam, eu fiz uma pequena exploração por conta própria, correndo as palmas das minhas mãos pela parede de músculos que eu podia sentir através da gola de sua blusa...
...Até que os dedos do jesse, em vez de entrarem no meu sutiã tamanha 44, alcançaram as minhas mãos em um aperto de ferro.


-Suzannah - ele estava respirando forte e a palavra saiu meio forçada enquanto ele apoiava sua testa na minha.


-Jesse.- Eu também não estava respirando muito coordenadamente.


-Eu acho que você deveria ir embora agora.


Era incrível como eu sabia que ele ia dizer isso!
Ocorreu-me que a gente seria capaz de fazer isso – se beijar assim, - bem mais freqüentemente e mais convencionalmente se o Jesse desistisse dessa idéia absurda de que ele tem que ficar morando com o padre D., não que nós sejamos, por falta de uma palavra melhor, uma noticia. Afinal ele tinha sido assassinado era no meu quarto há muito tempo atrás. Ele não deveria continuar a assombrar o meu quarto?
Eu não coloquei isso nesses termos, porque eu conhecia o Jesse, que é um cara a moda antiga, ele não exatamente aprova casais morando juntos antes dos laços do casamento. Eu também coloquei em minha mente o aviso que o padre D. tinha me dado antes de partir para São Francisco, sobre não cair em tentação onde o Jesse estava envolvido. Isso é muito fácil para o padre D. falar, ele é um padre. Ele não faz a menor idéia do que é ser uma mediadora adolescente de sangue quente. Da variedade feminina.


-Jesse - eu disse, ainda com a respiração um pouco fraca, de toda a beijação, - Eu não consigo parar de pensar... Bem, esse negócio do Paul. Quero dizer, quem sabe se ele realmente descobriu um jeito novo de...de... nos manter separados? E agora com o padre D. fora por Deus sabe quanto tempo, eu...Bem, você não acha que seria melhor você voltar para a minha casa por um tempo?


Jesse, mesmo sabendo que quase tinha posto sua mão embaixo da minha blusa, não gostou nem um pouco da idéia.

-E ai, você pode me proteger do nefasto senhor Slater? - era minha imaginação ou ele parecia mais divertido do que provocado?

-Obrigado pelo convite, hermosa, mas eu posso me cuidar sozinho.


-Mas e se o Paul descobrir que o padre D. está fora, ele pode decidir vir atrás de você. E se eu não estiver por perto para impedi-lo...


-Isso pode ser uma grande surpresa para você Suzannah - Jesse disse, levantando sua cabeça e colocando minhas mãos mais uma vez no meu colo - Mas eu posso dar conta do Slater sem sua ajuda.


Agora ele realmente pareceu divertido.


-E agora você vai para casa.- Ele continuou. - Boa noite, hermosa.


Ele me beijou uma ultima vez, um beijinho de despedida. Eu sabia que a qualquer segundo ele desapareceria.


Mas ainda tinha uma outra coisa que eu precisava saber. Eu teria perguntado ao padre D., mas como ele não estava por perto...


-Espera - eu disse. - Antes que você vá...Uma última coisa.


Jesse já tinha começado a desaparecer.

-O que hermosa?


-A quarta dimensão - eu falei de uma vez.


Ele tinha começado a desmaterializar, mas agora ele estava sólido de novo.


- O que tem isso? - ele perguntou.


-Hum, - eu disse. Eu tinha certeza que ele achou que eu estava perguntando só para mate-lo lá por mais alguns preciosos segundos. E de verdade? Eu provavelmente estava. - O que é isso?


-Tempo.- Jesse disse.

-Tempo? - e ecoei - E isso? Só...tempo?


-Sim - Jesse disse - Tempo. Porque você perguntou? Para escola?


-Claro.- Eu disse. Para escola.


-As coisas que eles ensinam agora - ele disse balançando a cabeça.


-Comida de gato - eu disse segurando a bolsa - Não se esqueça.


Por isso que a gente não consegue fazer isso, passar para a segunda fase.
Ele pegou a bolsa da minha mão.


-Boa noite, querida - ele disse.


E ai ele foi embora. O único sinal de que ele tinha estado lá eram as janelas embaçadas pela nossa respiração.
Ou melhor, pela minha respiração.

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