terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Mediadora - Crepúsculo, Meg Cabot - Cap 11

Por causa do leilão, Andy estava pondo o jantar na mesa atrasado, assim eu acabei chagando em casa a tempo. Eu acho que minha mãe não entendeu porque eu estava tão quieta durante a refeição. Ela talvez tenha pensado que eu tinha tomado muito sol na barraca de venda do leilão.


- Irmã Ernestine devia pelo menos ter lhe dado um guarda-chuva. – Ela disse enquanto ajudava Andy a preparar a carne de porco. – Aquela menina que estava sentada com você...Qual é mesmo o nome dela?


- Shannon.


Só que não foi eu que disse. Foi David.


- Sim, Shannon. – Minha mãe disse. – Ela é ruivinha, como David.

Muito sol pode ser muito prejudicial aos ruivos. Espero que ela esteja usando protetor solar.
Eu meio que esperei que David começasse com um de seus usuais comentários - você sabe, as estatísticas exatas sobre os incidentes de câncer de pele que ocorrem em alunos da oitava série no norte da Califórnia, ou algo do tipo. Sua cabeça é cheia de várias informações inúteis como aquela. Em vez disso, ele apenas ficava batendo nas batatas em torno de seu prato, até o Brad, que terminou todas suas próprias batatas, falou:


– Cara, você vai comer isso ou brincar com elas? Porque se você não quiser, pode me dar.


- David. – Andy disse. – Acabe com o que está no seu prato. – David pegou um talher e comeu as batatas.


O olhar de Brad passou imediatamente sobre o meu prato. Mas o olhar esperançoso em seu olho desvaneceu-se quando viu quão limpo ele estava. Não, claro, que eu estivesse sentindo vontade de comer. Nem nada.
Mas eu tinha Max, o chachorro-lixeiro da família, ao meu lado, e eu tinha a esperteza de mandar para ele o que eu não queria comer.


- Será que eu posso sair da mesa? – Eu perguntei. – Eu acho que talvez eu tenha tomado sol um pouco demais...


- É a vez de Suze pôr os pratos no lava-louças. – Brad declarou.


- Não, não é. – Eu não podia acreditar nisso. Estas pessoas não entendiam que eu tinha coisas mais importantes a fazer do que me preocupar com trabalhos de casa? Eu tinha que me certificar de que meu namorado estava morto, como ele deveria estar. – Eu fiz isso na semana passada.


- Nananinanão. – Brad disse. – Você e Jake negociaram a semana, lembra? Porque ele tinha que trabalhar na entrega de pizzas esta semana.


Já que isto era incontestavelmente verdadeiro - eu mesma tinha visto a evidência na casa de Paul - eu não podia discutir sobre nada.


- Certo. – Eu disse, empurrando a parte de trás da cadeira, quase batendo em Max no processo, e me levantei. – Eu farei isso.


- Obrigada, Suzinha. – Minha mãe disse com um sorriso quando eu peguei seu prato.


Minha resposta não foi exatamente graciosa. Eu murmurei:

 – Tanto faz. – E entrei na cozinha com todos os pratos, Max me seguiu próximo aos meus calcanhares. Max ama quando eu estou com a obrigação de lavar os pratos, porque eu raspo tudo em sua bacia de comida, melhor do que pôr no compactor de lixo.
Mas nessa noite, Max e eu não estávamos sozinhos na cozinha.
Mesmo que eu não visse mais ninguém lá, eu sabia que havia algo acontecendo quando Max, de repente, levantou sua cabeça de sua bacia e fugiu, seu alimento estava apenas parcialmente comido, com sua cauda entre seus pés. Só uma coisa tinha o poder fazer Max dispensar a carne de porco, e era a visita de alguém do além.
Ele se materializou um segundo mais tarde.


- Ei, filha. – Ele disse. – Como é que você vai?


Eu não gritei nem nada. Eu apenas derramei o Lemon Joy no pote que Andy usa para cozinhar as batatas, enchendo-o, então, com água quente.


- Ótima hora, Pai. – Eu disse. – Você poderia apenas parar de dizer oi, ou fazer alguém alertar você da minha extrema angústia mental?


Ele sorriu. Não parecia nenhum pouco diferente de como ele era no dia em que morreu...Nenhum pouco diferente das dúzias de vezes que ele tinha me visitado desde então. Ele ainda estava com a camisa que tinha morrido - a camisa com a qual eu tinha dormido por muitos anos.


- Eu ouvi dizer que você tinha alguns...Assuntos. – Meu pai disse.


Aquele era o problema com os fantasmas. Quando não estavam assombrando pessoas, sentavam-se ao redor do plano espiritual, e ficavam nos bisbilhotando. Meu pai tinha até mesmo conhecido Jesse...Uma situação que eu contemplava horrorizada às vezes.
E claro, quando você está morto...Bem...Não há muitas coisas para se fazer. Eu sabia que meu pai gastou uma boa porção de seu tempo livre basicamente me vigiando.


- Tem muito tempo que nós não conversamos. – Meu pai continuou, olhando em torno da cozinha, apreciando-a. Seu olhar caiu nas portas de vidro deslizantes e observou a piscina quente. Assobiou apreciando. – Isso é novo.


- Andy a construiu. – Eu disse. Eu comecei a limpar os pratos de Andy que ainda tinham carne de porco dentro.


- Há alguma coisa que esse cara não pode fazer? – Meu pai quis saber. Mas ele estava, eu sabia, sendo sarcástico. Meu pai não gosta de Andy. Pelo menos, não muito.


- Não. – Eu disse. – Andy é um homem de muitos talentos. E eu não sei o que você tem visto - ou ouvido - mas eu estou muito bem, pai. Sério.


Eu não esperaria de você qualquer outra coisa. – Meu pai olhou mais de perto para o balcão da cozinha. – Esse granito é verdadeiro? Ou imitação?


- Pai. – Eu quase joguei a toalha de pratos nele. – Fique quieto e diga o que você veio dizer. Porque se for o que eu penso que você veio dizer, nada feito.


- E o que você acha que é? – Meu pai quis saber, dobrando seus braços e inclinando-se para trás de encontro ao balcão da cozinha.
- Eu não vou deixar ele fazer isso, pai. – Eu disse. – Eu não vou.


Meu pai suspirou. Não porque estava triste. Suspirou com felicidade. Na vida, meu pai tinha sido um advogado. Na morte, ele ainda saboreava um bom argumento.


- Jesse merece uma outra oportunidade. – Ele disse. – Eu sei disso. Você sabe disso.


- Se ele não morrer, – Eu disse, atacando o pote de batata com talvez mais energia do que era estritamente necessário. – Eu nunca o conhecerei. Igual a você.


Meu pai levantou suas sobrancelhas. – Igual a...Ah, você quer dizer que pensou em me salvar? – Ele pareceu satisfeito. – Suze, essa é a coisa mais doce que você já me disse.


Ele falou aquilo. Apenas aquelas doze pequenas palavras. De repente, algo dentro de mim pareceu quebrar e, um segundo mais tarde, eu estava chorando em seus braços...Só que silenciosamente, assim ninguém mais na casa podiam me ouvir.

Ah, Pai. – Eu molhei toda a parte da frente da sua camisa. – Eu não sei o que fazer. Eu quero trazê-lo de volta à vida. Eu quero, realmente quero.


Meu pai afagou meu cabelo e disse na voz mais amável do que você pode imaginar:

– Eu sei. Eu sei que você quer, filhinha.


Isso só me fez chorar mais ainda. – Mas se eu o salvasse, – Eu engasguei. – eu nunca iria me encontrar com ele.


- Eu sei. – Meu pai disse outra vez. – Suzinha, eu sei.


- O que eu devo fazer, Pai? – Eu perguntei, levantando minha cabeça de seu peito e tentando me controlar - sua camisa estava praticamente toda molhada. – Eu estou tão confusa. Ajude-me. Por favor.


- Suzinha. – Meu pai sorriu para mim, ainda estava alisando meu cabelo com suas mãos. – Eu nunca pensei que veria o dia quando você, de todas as pessoas, admitiria realmente que precisa de ajuda. Especialmente da minha ajuda.


Eu usei a parte de trás da mão para enxugar as lágrimas que continuavam rolando livremente no meu rosto. – Claro que eu preciso, pai. – Eu sussurrei. – Eu sempre precisei de você. Eu sempre precisarei.


- Eu não sabia disso. – Meu pai, em vez de afagar meu cabelo, o despenteou agora. – Mas eu sei de uma coisa. Esta coisa de deslocamento no tempo. É perigoso?


Eu inspirei.

– Bem. – Eu disse. – É.


- E você realmente pensa, – Meu pai continuou, a pele em torno de seus olhos enrugou. – que eu iria deixar minha filhinha arriscar sua vida para me salvar?


- Mas, pai...

- Não, Suze. – As rugas ficaram profundas e eu podia dizer que ele estava mais sério do que já tinha ficado há muito tempo. – Não por mim. Eu daria qualquer coisa para viver outra vez. – E agora eu vi que, junto com as rugas, seus olhos estavam úmidos. – Mas não se isso significar que algo de ruim pode acontecer com você.


Eu olhei para ele, meus olhos estavam brilhando com lágrimas.


- Ah, Pai. – Eu disse, incapaz de manter a pulsação de minha garganta.


Ele alcançou uma mão num lado do meu rosto molhado.


- E eu não preciso falar por Jesse. – Ele disse, inclinando minha cabeça de modo que nos olhássemos nos olhos. – Mas eu acho que eu posso dizer com segurança que ele não gostará da idéia de você arriscar sua vida para salvá-lo mais do que eu. Conhecendo-o, de fato, ele provavelmente gostará muito menos.


Eu levantei minha mão e coloquei-as sobre as dele. Então eu disse:

– Eu sei disso, Pai. Eu realmente sei. E eu não irei voltar no tempo por você se você realmente não quiser que eu faça isso. Mas...Eu ainda não posso deixá-lo fazer isso, Pai. Paul, eu quero dizer.


- Você não pode deixá-lo salvar a vida do garoto que você supostamente ama? – Meu pai disse, não parecendo muito feliz em ouvir isso. – Há algo muito errado nisso, Suze.


- Eu sei, Pai. – Eu disse. – Mas eu o amo. Você sabe disso. Você não pode pedir para eu apenas sentar e deixar Paul fazer isso. Se ele fizer, eu nem mesmo lembrarei de ter conhecido Jesse.


- Certo. – Meu pai disse razoavelmente. – Então você nem ficará triste.


- Ficarei sim. – Eu insisti. – Eu ficarei muito triste, Pai. Porque o nosso sentimento é profundo, eu saberei. Eu saberei que houve alguém...Alguém que eu ia supostamente conhecer. Só que eu nunca vou conhecer ele. Eu irei passar minha vida inteira esperando por ele, só que ele nunca virá. Que tipo de vida é essa, Pai, hein? Que tipo de vida é essa?

-E que tipo de vida, – Meu pai perguntou delicadamente. – é a de Jesse, obrigado a passar toda a eternidade como um fantasma - especialmente se algo der errado e você terminar morta junto com ele?


- Então. – Eu disse com uma tentativa de humor. – Pelo menos nós iremos assombrar as pessoas juntos, por toda a eternidade.
- Com Jesse tendo que viver para sempre com culpa, sabendo que foi a razão de sua morte, em primeiro lugar? Eu não acho isso, Suze.


Ele me venceu. Eu olhei fixamente para ele, incapaz de pensar em uma única coisa para dizer como resposta.


- Suze, sua vida inteira, – Meu pai continuou, não sem simpatia. – você sempre fez as escolhas certas. Não necessariamente as mais fáceis. Certo. Não bagunce essa agora, quando você está de frente com o que, provavelmente, é a decisão mais importante que você terá que tomar.


Eu abri minha boca para dizer que ele estava errado...Que eu iria tomar a decisão certa...Que eu iria fazer o que eu sabia que Jesse queria.
Só que eu sabia que não havia nenhum ponto em que ele estava errado.
Então, em vez disso, eu disse:


– Tudo bem, Pai. Mas há apenas uma coisa que eu não entendo.
Ele assentiu. – Por que Maroon cinco é tão popular?


- Hmm. – Eu disse, sorrindo da raiva que eu sentia de mim mesma. – Não. Eu não entendo porque, se você se sente dessa maneira...Que você tinha uma vida boa e que você aprendeu tanto desde que você morreu. Se você se sente assim, então porque é que você ainda continua aqui?


- Você deveria saber. – Ele disse.

Eu pisquei para ele.

– Eu deveria? Como?


- Porque você disse a si mesmo.


- Quando eu...


- Hmm...Suze?


Eu girei e me encontrei olhando, não nos olhos castanhos e delicados do meu pai, mas sim nos olhos azuis e ansiosos de David.


- Você está bem? – O rosto pálido de David foi comprimido com interesse. – Você...Você está chorando?


- Claro que não. – Eu disse, apressadamente pegando o pano de prato - observando, como eu faço, meu pai desaparecer - e enxugando meu queixo com ele. – Eu estou muito bem. O que foi?


- Hmm... – David olhou em torno da cozinha, seus olhos se alargaram. – Você...Você não está sozinha?


Fora meu pai, David é único na minha família que sabe a verdade sobre mim...Ou pelo menos, a maior parte da verdade. Se eu lhe dissesse tudo...Bem, ele, provavelmente, colocaria tudo em ordem, com sua mente científica.
Mas eu não acho que ele gostaria disso.


- Eu estou agora. – Eu disse, sabendo o que ele queria dizer.


- Eu entrei apenas para pegar a sobremesa. – David disse. – Meu pai disse...Meu pai disse que fez uma torta de frutas.


- Certo. – Eu disse. – Bom. Eu terminei aqui. Eu só estou indo para o andar superior.

Eu girei para ir, mas a voz de David - ela tinha mudado ultimamente, indo de um som agudo a profundo no curso de alguns meses - parou-me na porta. – Suze. Você tem certeza que está bem? Você parece...Triste.


- Triste? – Eu olhei para ele sobre meu ombro. – Eu não estou triste. Bem, não triste assim. Só que...Há apenas algo que eu tenho que fazer. – Porque eu tinha decidido que, já que apesar dos interesses do meu pai, eu não entregaria Jesse ainda. Não sem uma luta. –Algo que eu não estou esperando ansiosa, exatamente.


- Ah. – David disse. Então seu rosto clareou. – Então faça isso rapidamente. Você sabe, como puxar um Band-Aid.


Fazer rapidamente. Eu amei isso. Mas eu não tinha nenhuma maneira de saber quando Paul voltaria no tempo. De tudo que eu sabia, eu podia acordar amanhã com nenhuma lembrança de Jesse.


- Obrigada. – Eu disse a David, controlando um semblante de sorriso.
– Eu manterei isso na mente.


Mas eu não estava sorrindo meia hora depois, quando eu, finalmente, consegui pegar padre Dominic - minha última esperança - no telefone.


Padre Dom não estava exatamente tão simpático para meu empenho como eu esperava que ele estivesse. Eu tive que comunicar a Padre Dom - sobre Paul ter comprado a fivela de Felix Diego, e possivelmente ter drogado seu próprio avô - para poder causar uma faísca de indignação no velho homem.
Mas o sentimento do padre Dom pareceu na mesma linha do meu pai. Jesse tinha morrido tão jovem, muito violentamente. Ele tinha direito a uma segunda chance na vida. Era moralmente repreensível eu permanecer daquele jeito.


Talvez padre D tivesse outras razões para estar tão otimista. O monsenhor tinha saído de seu coma e parecia estar se recuperando muito bem.


- Hmm. – Eu disse enquanto o padre D dava esta notícia supostamente alegre. – Isso é ótimo, padre D. Agora, sobre Paul...


- Eu não me preocuparia muito com ele, Suzannah. – Ele disse. – Eu admito que isso é errado, o que ele fez ao seu avô - se, claro, ele realmente tiver feito isso.


- Ele disse que fez, padre D. – Eu interrompi. – Bem, quase.


- Sim. - Padre Dominic disse. – Bem, vocês dois têm uma tendência a, hmm, exagerar na verdade sobre as coisas.


- Padre Dom. – Eu disse, meus dedos apertavam o telefone. – Eu mesma chamei a ambulância.


- Então você disse. Ainda que, Suzannah, para que Paul faça essa coisa - essa viagem no tempo que você disse - Eu entendo que ele teria que ir para o ponto exato onde a pessoa estava no tempo exato que ele deseja voltar.
- É. – Eu disse. - Então? – Eu não era geralmente rude com padre Dom, mas esta era, você tem que admitir, uma circunstância atenuante.


- Então isso não significaria que Paul teria que se deslocar de seu quarto? – Padre Dominic soou um bocado distraído. Isso é porque ele estava. Estava querendo voltar para casa. Estava planeando dirigir de volta a Carmel durante a noite. – Não foi onde Diego matou Jesse? No seu quarto? E de preferência é improvável que Paul vá para seu quarto, Suzannah. – Ele continuou. – Não sem sua permissão.


Eu quase deixei cair o telefone. Eu não podia acreditar nisso. Eu não podia acreditar que isto não me tinha ocorrido antes.

Porque padre Dominic estava certo, não havia nenhuma maneira de Paul voltar no tempo, à noite da morte de Jesse...Não a menos que ele entrasse no meu quarto. Porque a única maneira era ele entrar em meu quarto. A única maneira.


- Eu não tinha pensado nisso. – Eu disse com um sentimento crescente. – Mas você está certo. Ah meu deus, você está totalmente certo. Padre Dominic, você é um gênio!


- É. - Padre Dominic disse. – Obrigado, Suzannah. Eu suponho. Embora você deva fazer a coisa certa, permitir que Paul mantenha Jesse vivo, como ele quer fazer...


- Hmm. – Eu disse. Eu tinha ouvido isso antes, vezes demais. Felizmente, eu escutei uma chamada em espera nesse momento. Ótima hora.


- Oops. – É minha outra linha, padre D. – Eu disse. – Tenho que ir. Vejo você quando você voltar.


Eu pendurei no telefone, sentindo melhor do que eu estava desde...Bem, desde o leilão, de tarde. Jesse estava salvo. Paul não poderia fazê-lo desaparecer, porque para fazer isso, teria que ter acesso ao meu quarto. Como era que ele ia encontrar sua maneira de voltar a 1850?
Ele precisava ter um lugar para ficar, algum lugar que existia em 1850 e no presente. Felix Diego tinha estado em algum lugar uma vez. Aonde ele iria? A avenida?
- Alô? – Eu disse, para a outra chamada.


- Suze? – Era Cee Cee, soando ofegante de excitada. – Ah meu deus, você nunca vai acreditar no que acabou de acontecer.


- O quê? – Eu perguntei, não prestando atenção. Porque, realmente, onde mais Paul poderia ir, se não ao meu quarto?

Ele me convidou. – A voz de CeeCee estava realmente tremendo. – Adam. Adam me convidou para o Baile Formal de Inverno. Nós fomos ao Coffee Clutch, você sabe, tomamos cappuccinos - nós íamos te chamar, só que eu sei que você estava no leilão o dia todo...


- Ahan. – Eu disse.


-...E ele me convidou. Eu tive que correr para fora para te ligar. Ele ainda continua lá dentro. Eu só...Ah, meu Deus. Eu tinha que dizer a alguém. Ele me convidou.


Além disso, não é como se Paul estivesse indo fazer isso logo, em todo o caso. Voltar no tempo, quero dizer. Não com seu avô no hospital.


- Isso é ótimo, CeeCee. – Eu disse no telefone.


- Eu acho que eu tenho que voltar lá para dentro e dizer sim. – CeeCee disse. – Eu devo dizer sim, certo? Ou eu devo bancar a difícil no começo? Eu não quero que ele pense que eu estou muito ansiosa. E é no fim de semana que vem. Tecnicamente, ele deveria ter me convidado há mais tempo...
De repente, eu focalizei no que Cee Cee dizia.
E ri.


- CeeCee. – Eu disse. – Você é maluca? Desligue o telefone, vá para dentro, e diga sim a ele.


- Eu devo, não devo? Eu só...Quero dizer, eu tenho esperado isso acontecer há tanto tempo, e agora aconteceu, e eu...Bem, eu apenas não consigo acreditar.


- CeeCee.


- Desligando agora. – CeeCee disse. E desligou.


Ele e Kelly tinham parecido consideravelmente...Amigáveis naquele sofá. Talvez ele tivesse se rendido. Talvez ele tivesse acabado com aquela coisa de “nós”.
Talvez agora minha vida voltasse ao normal.
Talvez...

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