sexta-feira, 1 de julho de 2011

MELANCIA - MARIAN KEYES Cap.1

Desculpe, você deve achar que sou muito grosseira. Mal fomos apresentados e
aqui estou eu lhe contando as coisas terríveis que me aconteceram.
Vou apresentar-lhe rapidamente meu perfil e deixarei os detalhes para depois;
por exemplo, se tivermos tempo para isso, vou contar como foi o meu primeiro dia na
escola.
Vejamos então. O que devo contar-lhe? Bem, meu nome é Claire, tenho 29
anos e, como disse, tive meu primeiro filho há dois dias (uma menina, com quase
três quilos, lindíssima) e meu marido (contei que o nome dele é James?) me
comunicou, há cerca de vinte e quatro horas, que vem tendo um caso, já há seis
meses - saca essa -, não é nem a sua secretária ou outra mulher charmosa do seu
trabalho, mas com uma mulher casada que mora no apartamento dois andares
abaixo do nosso. Incrível como isso soa suburbano!. E não apenas tem um caso,
mas quer divorciar-se de mim.
Desculpe se estou sendo desnecessariamente frívola quanto a isso. Estou
muito confusa. Dentro de um instante estarei chorando novamente. Ainda me
encontro em estado de choque, assim acho eu. O nome dela é Denise, e eu a
conheço muito bem.
Não tão bem quanto a conhece James, é óbvio.
O terrível é que ela sempre pareceu tão boazinha.
Tem 35 anos (não me pergunte como sei disso, simplesmente sei. E, correndo
o risco de parecer que falo por pura inveja e de perder a simpatia de quem me lê, a
aparência dela é de quem tem mesmo trinta e cinco), é mãe de dois filhos e tem um
bom marido (ou seja, bem diferente do meu). E, pelo que parece, saiu do seu
apartamento e ele do dele (do nosso, melhor dizendo) e ambos se mudaram para
um novo, em endereço secreto.
Não é incrível?! Como se pode chegar a um drama desses? Sei que o marido
dela é italiano, mas realmente não vejo nenhuma probabilidade de que ele mate o
casal. É garçom, não é um mafioso; então, o que vai fazer? Envenená-los com
pimenta do reino? Fazer com que entrem em coma, após tantos boa noite,
senhores? Ou atropelá-los com o carrinho das sobremesas?
Novamente pareço frívola.
Mas não sou.
Estou é com o coração partido.
Um desastre completo. Nem sei como devo chamar minha filhinha. James e eu
tínhamos discutido alguns nomes - ou, pensando retrospectivamente, eu os discutira
e ele fingira ouvir -, mas não decidimos nada. E agora pareço ter perdido a
capacidade de tomar decisões. Patético, eu sei, mas o casamento é isso. Acaba
com o nosso senso de autonomia pessoal!
Mas nem sempre fui assim. Antigamente, eu tinha força de vontade, era
independente. Agora tudo isso parece que foi há muito, muitíssimo tempo.
Fiquei com James por cinco anos e estávamos casados há três. E, meu Deus,
como eu amo aquele homem.
Embora houvéssemos tido um início não muito auspicioso, a magia tomou
conta de nós muito rapidamente. Ambos concordamos que nos havíamos
apaixonado um pelo outro cerca de quinze minutos depois de nos conhecermos, e
assim permanecemos.
Ou, pelo menos, eu permaneci.
Durante muito tempo, nunca pensei que encontraria um homem que quisesse
se casar comigo.
Bem, talvez eu devesse amenizar isso.
Nunca pensei que conheceria um bom homem que quisesse se casar comigo.
Muitos malucos, sem dúvida. Mas um bom homem, um pouquinho mais velho do
que eu, com um emprego decente, boa aparência, engraçado, gentil. Sabe como é -
alguém que não me olhasse de esguelha quando eu mencionasse a "Novela das
Seis", nem alguém que prometesse sair comigo para uma noite no McDonald's logo
após seu curso noturno, nem alguém que se desculpasse por não poder me dar um
presente de Natal porque sua ex-esposa havia conseguido ganhar todo o seu salário
num processo de pensão alimentícia, nem alguém que me fizesse sentir antiquada e
intimidada porque me zangara quando ele disse que tinha transado com sua ex-namorada
na noite seguinte àquela em que transara comigo ("Meu Deus, vocês,
garotas de convento, são tão caretas"), nem alguém que me fizesse sentir
constrangida por não saber a diferença entre Piat d'Or e Zinfandel (seja lá o que for
isso!).
James não me tratava de nenhuma dessas maneiras desagradáveis. Até
parecia bom demais para ser verdade. Ele gostava de mim. Ele gostava de quase
tudo em mim.
Quando nos conhecemos, estávamos ambos morando em Londres. Eu era
garçonete (explico direito mais tarde), e ele, contador.
Entre todas as espeluncas ao estilo texano-mexicano ao redor do mundo, ele
entrou justamente na minha. Eu não era uma garçonete de verdade, você entende,
era formada em Inglês, só que passara por minha fase rebelde bem mais tarde do
que a maioria das mulheres, lá pelos 23 anos. Que foi quando pensei que seria bem
divertido deixar meu emprego permanente em Dublin, com direito a aposentadoria e
até bem pago, e partir para a pecaminosa cidade de Londres, para viver como uma
estudante irresponsável.
Algo que deveria ter feito quando era mesmo uma estudante irresponsável.
Mas, naquele tempo, estava ocupada demais obtendo experiência de trabalho em
minhas férias de verão, e então minha irresponsabilidade teve de esperar até eu
estar inteiramente preparada para ela.
Como eu sempre digo, há tempo e lugar para a espontaneidade.
De qualquer modo, dei um jeito de arrumar um trabalho para mim como
garçonete naquele badalado restaurante de Londres, com música alta, telões e
pequenas celebridades.
Bem, para ser honesta, havia mais pequenas celebridades entre os
empregados do que na clientela, já que a maior parte dos funcionários era composta
de atores e modelos desempregados.
Nunca cheguei a entender como consegui um emprego ali. Talvez tenha sido
contratada como símbolo da Garçonete Saudável. Antes de mais nada, eu era a
única garçonete mais para baixinha e gordinha. E, embora pudesse não ser uma
modelo em potencial, acho que tinha um certo tipo, digamos, de encanto natural -
sabe, cabelo curto e brilhante, olhos azuis, sardas, belo sorriso, esse tipo de coisa.
E era tão inexperiente e ingênua. Nunca percebia quando entrava um rostinho
bem maquilado de alguma estrela do teatro ou da televisão.
Mais de uma vez, eu estava servindo (e uso a palavra em seu sentido mais
livre possível) alguma mesa com algumas pessoas (e também uso essa outra
palavra em seu sentido mais livre possível), quando uma das outras garçonetes me
dava uma cotovelada (derramando molho de churrasco escaldante na virilha de um
infeliz cliente) e sussurrava algo como: "Esse sujeito que você está servindo não é
fulano de tal, daquela banda?".
E geralmente eu respondia: "Que sujeito? Aquele com roupa de couro?”
(Lembre-se, eram os anos 80.).
"Não", sussurrava ela, em resposta. "Aquele com cachos louros e usando o
batom Chanel. Não é aquele cantor?"
"Ah, é?", gaguejava eu, sentindo-me por fora e tola, por não saber quem era
aquela pessoa.
De qualquer jeito, eu adorava trabalhar. Emocionava-me até a medula de
classe média dos meus ossos burgueses. Parecia tão charmoso e excitante acordar
todos os dias a uma da tarde, ir trabalhar as seis, terminar à meia-noite, embriagarme
em seguida com o barman e, mais tarde, com os ajudantes de garçom.
Enquanto estava lá na Irlanda, minha pobre mãe chorava lágrimas amargas ao
pensar em sua filha, com educação universitária e servindo hambúrgueres a estrelas
pop.
E nem sequer estrelas pop lá muito famosas, para piorar as coisas.
Trabalhava ali há cerca de seis meses, na noite em que conheci James. Foi
uma sexta, tradicionalmente a ocasião em que os BE freqüentavam nosso
restaurante. BE, claro, queria dizer “babacas-de-escritório”.
Toda sexta-feira, às cinco horas, qual túmulos expelindo seus mortos, os
escritórios em todo o centro de Londres liberam seu pessoal para o fim de semana,
e então hordas de funcionários pálidos, com espinhas, mal vestidos, caem em cima
de garçonetes, todos de olhos arregalados e cheios de ansiedade, procurando as
estrelas e querendo encher a cara - qualquer das duas coisas em primeiro lugar.
Era norma para nós, garçonetes, ficarmos ao largo, com um ar de desdém para
a clientela desse tipo, sacudindo nossas cabeças com piedade descrente diante dos
trajes, cortes de cabelo etc. dos pobres clientes, ignorando-os durante os primeiros
cerca de quinze minutos de sua visita, passando por eles às pressas, com brincos e
braceletes tilintando, obviamente fazendo alguma coisa mais importante do que
atender às suas patéticas necessidades e, afinal, após reduzi-los até quase as
lágrimas de frustração e fome, seguir requebrando até suas mesas com um imenso
sorriso, caneta e um bloco de pedido. "Boa noite, cavalheiros, desejam uma
bebida?"
Isso os deixava tão agradecidos, entende? Depois, não fazia a mínima
diferença se os pedidos de bebidas estavam completamente errados ou se a comida
jamais aparecia; mesmo assim, deixavam uma gorjeta enorme, a tal ponto se
sentiam com sorte por receber nossa atenção.
Nosso lema era: "Não apenas o cliente está sempre errado, como
provavelmente estará muito mal vestido para ganhar a discussão."
Na noite em questão, James e três dos seus colegas sentaram-se em meu
setor e atendi a seus pedidos da minha maneira normal, ou seja, irresponsável e
avoada. Não lhes dei a menor atenção, mal ouvindo o que diziam ao anotar o
pedido, e não os olhei diretamente sequer uma vez. Se tivesse feito isso, talvez
notasse que um deles (sim, James, claro) era muito simpático, com seu jeitão,
cabelos negros, olhos verdes, um metro e 80. Eu deveria olhar para além do terno e
ver a alma do homem.
Ah, superficialidade, vosso nome é Claire.
Mas eu queria ficar lá nos fundos com as outras garçonetes, bebendo cerveja,
fumando e falando de sexo. Clientes eram uma interferência mal recebida.
Será que a carne pode vir mal passada, por favor?
Humm - disse eu, distraída. Estava ainda menos interessada do que o habitual,
porque notara um livro em cima da mesa. Era um livro realmente muito bom, que eu
havia lido.
Eu adorava livros. Adorava ler. E adorava homens que liam. Adorava o homem
que soubesse distinguir Existencialismo de Realismo Mágico. E passara os últimos
seis meses trabalhando com homens que mal conseguiam ler sua revista de gente
chique e famosa (soletrando com esforço, em silêncio, cada palavra). De repente,
percebi, com uma pontada no peito, o quanto sentia falta de um pouquinho de
conversa inteligente.
Porque eu podia dar as cartas em qualquer conversa sobre romance
americano moderno. Verei seu Hunter S. Thompson e erguerei para você um Jay Mc
lnerney.
De repente, os homens daquela mesa pararam de ser simples chatos e
assumiram para mim uma espécie de identidade.
-De quem é esse livro? - perguntei abruptamente, interrompendo o pedido.
(Não ligo para como você quer que façam seu bife.)
A mesa dos quatro homens surpreendeu-se. Eu falara com eles! Eu os tratara
quase como humanos.
- É meu - disse James e, enquanto meus olhos azuis encontravam seus olhos
verdes, por cima do daiquiri de manga que ele estava bebendo (embora, na verdade,
tivesse pedido um copo de cerveja), aconteceu: o mágico pó prateado foi salpicado
em cima de nós. Naquele instante, houve algo maravilhoso. A partir do momento em
que realmente nos olhamos, embora nada soubéssemos um do outro (a não ser que
gostávamos do mesmo livro - ah, sim, e que gostávamos das nossas respectivas
aparências), ambos percebemos que havíamos encontrado alguém especial.
Sustento que nos apaixonamos imediatamente.
Ele não sustentou nada do gênero e disse que eu era uma tola romântica.
Disse que demorou pelo menos trinta segundos para se apaixonar por mim.
Os historiadores discutirão.
Antes de mais nada, tinha de descobrir se eu também lera o livro em questão.
Porque pensou que eu devia ser algum tipo de modelo ou cantora burra, se estava
trabalhando ali como garçonete. Sabe, do mesmo jeito como eu o descartara,
considerando-o algum tipo de funcionário público chato. Bem feito para mim.
- Você leu? - perguntou ele, obviamente surpreso, com seu tom de voz na
verdade querendo dizer: "Será que você consegue mesmo ler uma coisa desse
nível?"
- Sim, li todos os livros dele - contei-lhe.
- Sério? - perguntou, pensativamente, enquanto se recostava em sua cadeira,
olhando-me com interesse. Um cacho do seu cabelo negro e sedoso caíra-lhe em
cima da testa.
- Sim - dei um jeito de responder, sentindo-me ligeiramente enjoada de tanto
desejo.
- As perseguições de carro são boas, não?
Agora, devo dizer aqui a vocês que não havia nenhuma perseguição de carro
em qualquer dos livros sobre os quais falávamos. Eram livros sérios, profundos,
sobre vida, morte e questões parecidas.
Deus do céu pensei alarmada: bonito, inteligente e, ainda por cima, engraçado.
Será que sou capaz de ganhar esse cara?
E então James sorriu para mim, um sorriso lento, sensual, uma espécie de
sorriso de quem sabe das coisas, que em nada combinava com o terno de riscas
que usava, e juro a você que minhas entranhas viraram sorvete quente. Você sabe,
tudo assim meio quente, gelado e formigante e... ora... como se estivesse se
dissolvendo ou algo parecido.
E, durante anos, muito tempo depois que a magia inicial já se desgastara e a
maioria de nossas conversas era sobre política de seguros, tudo que eu precisava
fazer era me lembrar daquele sorriso para me sentir exatamente como se tivesse
acabado de me apaixonar outra vez.
Trocamos mais algumas palavras.
Apenas umas poucas.
Mas foram o bastante para me fazer saber que ele era gente boa, inteligente e
engraçado.
Ele pediu o número do meu telefone.
Era uma falta punível com a demissão dar a um cliente o número do meu
telefone.
Dei a ele o número do meu telefone.
Quando ele saiu do restaurante, aquela primeira noite, com seus três
companheiros, um borrão de pastas, guarda-chuvas, exemplares enrolados do
Financial Times e ternos escuros, sorriu para mim em despedida e (ora, digo isso
com o benefício da visão retrospectiva. É muito fácil prever o futuro, quando já
aconteceu, se é que você me entende) eu sabia que olhava para meu destino.
Meu futuro.
Alguns minutos depois, ele estava de volta.
- Desculpe - sorriu. - Como é mesmo seu nome?
Logo que as outras garçonetes descobriram que um sujeito de terno pedira o
número do meu telefone e, pior ainda, que eu lhe dera, fui tratada como uma pária.
Basta dizer a você que demorou muito para que eu fosse novamente convidada para
o cantinho delas para cheirar cocaína.
Mas não me importei. Estava realmente caída por James.
Apesar de toda minha conversa sobre independência, eu era, de fato, do fundo
do coração, uma pessoa muito romântica. E, apesar de toda a minha conversa sobre
rebeldia, eu era a pessoa mais classe média do mundo.
Desde a primeira vez em que saímos juntos, foi tudo maravilhoso. Tão
romântico, tão bonito.
E lamento dizer isso a você, mas vou ter de usar uma porção de clichês aqui.
Não vejo nenhuma maneira de escapar disso.
Tenho vergonha de contar-lhe que eu andava nas nuvens. E lamento mais
ainda ter de lhe dizer que me sentia como se o tivesse conhecido durante toda a
minha vida. E vou agravar as coisas, contando ainda que achava que ninguém me
entendia do mesmo jeito que ele. E, como perdi toda a credibilidade com você,
também posso dizer que não sabia que era possível ser tão feliz. Mas não vou forçar
a barra contando-lhe que ele me fazia sentir segura, sexy, inteligente e meiga. (E,
lamento, mas realmente devo dizer-lhe que achava que havia encontrado minha
outra metade e agora eu era inteira, e prometo que vou parar por aqui.) (Exceto,
talvez, para mencionar que ele sabia rir e era ótimo de cama. Agora falo sério, fico
por aqui, já disse tudo mesmo.)
Quando começamos a sair juntos, eu trabalhava como garçonete quase todas
as noites; então, só podia vê-lo quando acabava de trabalhar. Mas ele me esperava
acordado. E, quando eu chegava, exausta, após horas servindo fosse lá o que fosse
grelhado ao pessoal de Londres (ou da Pensilvânia ou de Hamburgo, para ser mais
exata), ele - até hoje não acredito - banhava meus pés doloridos e os massageava
com loção de hortelã para pés da Body Shop. Mesmo sendo mais de meia-noite e
ele tendo de estar no trabalho às oito da manhã para ajudar as pessoas a sonegar
seus impostos, ou seja lá o que fazem os contadores, mesmo assim ele fazia tudo
isso. Cinco noites por semana. E me deixava atualizada quanto às novelas. Ou ia
até o posto 24 horas, quando eu ficava sem cigarros. Ou me contava historinhas
engraçadas sobre seu dia no trabalho. Sei que é difícil acreditar que qualquer
história sobre contabilidade possa ser engraçada, mas ele conseguia.
E, por causa do meu trabalho, nunca podíamos sair aos sábados à noite. E ele
não se queixava.
Estranho, não?
Sim, eu também achava.
E ele me ajudava a contar minhas gorjetas. E me dava ótimos conselhos sobre
como investi-las. Ações de estatais, esse tipo de coisa.
Eu geralmente comprava sapatos.
Pouco depois, tive a sorte de ser demitida do emprego de garçonete (um tolo
mal-entendido envolvendo-me, junto com várias garrafas de cerveja importada, um
caso de "jantar servido no colo" e um cliente irracional, que não tinha o menor senso
de humor. De qualquer jeito, acho que as cicatrizes dele desapareceram quase por
completo).
E consegui arrumar outro emprego com um horário mais regular. Então, nosso
romance prosseguiu do modo mais tradicional.
Depois de algum tempo, fomos morar juntos. Depois de um tempo um pouco
mais longo nos casamos. E, alguns anos depois, decidimos ter um bebê, afinal,
meus ovários pareciam estar prontinhos, os espermatozóides dele não registraram
nenhuma queixa a respeito, meu útero não levantou nenhuma objeção e, então,
engravidei. E dei à luz uma menina.
E foi aqui que você entrou.
Então, acho que estamos bem atualizados.
E, se você está na expectativa de algum tipo de descrição terrivelmente
macabra do parto, com conversas sobre contrações, fórceps e gemidos de agonia,
além de comparações vulgares, como expelir um sacão de batatas, então lamento
desapontá-la (o).
(Ora, tudo bem, apenas para animar você, imagine a pior cólica menstrual que
já sentiu e a multiplique por sete milhões, fazendo também com que dure vinte e
quatro horas e, então, terá uma idéia de como são os trabalhos de parto.).
Sim, foi assustador, confuso, humilhante e doeu até dizer chega. Foi também
emocionante e maravilhoso. Mas a coisa mais importante para mim foi que terminou.

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