segunda-feira, 18 de julho de 2011

Charlaine Harris - Morto até o Anoitecer Cap.04

A metade dos clientes habituais do Merlotte's acreditavam que Bill tinha tido que ver

com as marcas nos corpos das falecidas. O outros cinqüenta por cento pensava que alguns

dos vampiros de outro povo ou cidade maior tinham mordido ao Maudette e ao Dawn

quando foram bebo, e que se mereciam o que lhes tinha passado por querer ir-se à cama

com chupasangres. Alguns acreditavam que as garotas tinham sido estranguladas por um

vampiro, e outros que simplesmente tinham prosseguido sua promíscua vida sexual até

acabar de má maneira.

Mas além disso, todos os que vinham ao bar estavam preocupados porque outra mulher

pudesse ser assassinada. Perdi a conta das vezes que me disseram que tomasse cuidado, que

vigiasse a meu amigo Bill Compton, que fechasse com chave a porta e não deixasse entrar

em ninguém em casa... Como se fossem coisas que não fizesse já de por si.

Jason se converteu em branco tanto da comiseração como das suspeitas, por ter tido

"entrevistas" com ambas as mulheres. Certo dia veio a nossa casa e se lamentou comprido e

tendido, enquanto a avó e eu tratávamos de empurrá-lo a que prosseguisse -com seu

trabalho como faria um homem inocente. Mas pela primeira vez (que eu recordasse) meu

atrativo irmão estava de verdade preocupado. É obvio, não me alegrava que se visse em

problemas, mas tampouco chegava a lamentá-lo de tudo. Sei que isso foi mesquinho e ruim

por minha parte. Não sou perfeita.

Sou tão imperfeita que, apesar da morte de duas mulheres às que conhecia, passei-me

uma boa parte do tempo me perguntando o que queria dizer Bill com o de que o deixasse

em bom lugar. Não tinha nem idéia do que constituía o traje adequado para visitar um bar

de vampiros, e não estava disposta a me vestir com uma espécie de disfarce estúpido, como

se dizia que faziam alguns assíduos a ditos bares. E certamente, não conhecia ninguém a

quem perguntar. Tampouco era o bastante alta ou esbelta para me pôr um vestido de licra

como o que tinha visto a vampira Diane.

Ao final tirei um vestido do fundo do armário, um que tinha tido poucas ocasiões de

levar. Era um traje para uma entrevista especial, sempre que desejasse conseguir a atenção

pessoal de seu acompanhante. Tinha um corte baixo e quadrado no pescoço e carecia de

mangas. Estreito e branco, o tecido tinha algumas brilhantes floresça vermelhas repartidas

com compridos caules verdes. Assim vestida, destacava meu bronzeado e me ressaltavam

as tetas. Pu-me uns pendentes de esmalte vermelho e sapatos de salto alto muito sexys, aos

que acrescentei um moedeiro vermelho de palha. Retoquei-me com maquiagem suave e

deixei que meu comprido corto ondulado caísse por minhas costas.

A avó ficou assombrada quando me viu sair do quarto.

-Carinho, está preciosa -disse-. Mas, não terá algo de frio com esse vestido?

Sorri.

-Não, senhora, não acredito. Faz bastante bom ao ar livre.

-E não quer te pôr um bonito suéter branco em cima disso?

-Não, parece-me que não -respondi me renda. Já tinha afastado o suficiente de minha

cabeça aos outros vampiros e me parecia que ter aspecto sexy voltava a ser positivo. Sentiame

bastante excitada ante a perspectiva de voltar a ter uma entrevista, embora mais ou

menos lhe tinha contado ao Bill que se trataria de uma espécie de missão para descobrir o

ocorrido. Também tentei me esquecer disso, para poder desfrutar da ocasião.

Sam me chamou para me dizer que meu cheque estava preparado. Perguntou-me se

podia ir recolher o, que era o que estávamos acostumados a fazer quando não me tocava

trabalhar ao dia seguinte. Aproximei-me com o carro até o Merlotte's, um pouco nervosa

por entrar no bar tão arrumada.

Mas quando cruzei pela porta, recebi o prêmio de um instante de assombrado silêncio.

Sam se encontrava de costas a mim, mas Lafayette estava olhando através do guichê e Rene

e JB estavam no bar. Por desgraça também estava meu irmão, Jason, que ficou com os

olhos como pratos quando se girou para ver o que estava olhando Rene.

-Tem bom aspecto, moça! -gritou Lafayette com entusiasmo-. De onde tiraste esse

vestido?

-OH, faz muitíssimo que guardo esta costure-pinjente brincando. Ele riu.

Sam se girou para ver do que falava Lafayette, e ele também me olhou com olhos

atônitos.

-Céu santo-disse, soltando o fôlego. Aproximei-me dele para lhe pedir o cheque, me

sentindo bastante coibida-. Passa ao despacho, Sookie-me indicou. Segui-o até seu

pequeno cubículo no armazém. Rene me deu um semiabrazo ao passar junto a ele e JB me

beijou na bochecha.

Sam revolveu os montões de papéis que tinha em cima do escritório, e ao fim tirou meu

cheque. Embora não me entregou isso imediatamente.

-Vai a algum sitio em especial? -perguntou-me, quase a contra gosto.

-Tenho uma entrevista-disse, tratando de que soasse como se fora do mais normal.

-Está magnífica-disse Sam, e o vi tragar saliva. Tinha os olhos ardentes.

-Obrigado. Emm, Sam, posso agarrar meu cheque?

-Claro. -Entregou-me isso e eu o guardei na bolsa.

-Então adeus.

-Adeus. -Mas em vez de me indicar que me fora, Sam se aproximou de mim e me

farejou. Pôs a cara perto de meu pescoço e inalou. Seus brilhantes olhos azuis se fecharam

brevemente, como se estivesse analisando meu aroma. Exalou com suavidade; senti sobre

minha pele seu quente fôlego.

Saí pela porta e deixei o bar, assombrada e cheia de curiosidade pelo comportamento do

Sam.

Quando retornei a casa, havia um carro que me resultava desconhecido estacionado

diante, um Cadillac negro que brilhava como o cristal: o carro do Bill. De onde tiravam os

vampiros o dinheiro para comprar esses carros? Sacudi a cabeça e cobri os degraus do

alpendre até entrar na casa.

Dentro, Bill se girava espectador para a porta, sentado no sofá enquanto conversava com

a avó. Esta se acomodava no braço de uma velha cadeira cheia de trastes. Quando Bill me

viu, soube que me tinha excedido, ficou muito zangado. Seu rosto permaneceu bastante

sereno, mas seus olhos despediram chamas e torceu os dedos como se estivesse recolhendo

algo com eles.

-Parece-te bem? -perguntei-lhe nervosa. Senti que o sangue subia às bochechas.

-Sim -respondeu ele ao fim. Mas sua pausa tinha sido o bastante larga para enfurecer a

minha avó.

-Qualquer com algo no crânio terá que admitir que Sookie é uma das garotas mais

bonitas que há por aqui-disse, com uma voz na aparência amável mas dura no fundo.

-OH, certamente -reconheceu Bill, mas sua voz carecia de inflexão, o qual resultava

significativo.

Bom, que o jodan. Eu havia tentando fazê-lo-o melhor possível. Endireitei-me e

pinjente:

-Vamos então?

-Sim-repetiu ele, e ficou em pé-. Adeus, Sra. Stackhouse. foi um prazer voltar a vê-la.

-De acordo, vos desejo que o passem bem-disse ela, apaziguada-. Conduz com cuidado,

Bill, e não beba muito.

Ele arqueou uma sobrancelha.

-Não, senhora.

A avó o deixou correr.

Bill me abriu a portinhola do carro para que entrasse, parte de uma calculada série de

manobras destinadas a que não me saísse nada do vestido. Fechou a porta e se passou ao

lado do condutor. Perguntei-me quem lhe teria ensinado a conduzir um carro. Henry Ford,

provavelmente.

-Lamento não estar vestida de modo correto-disse, olhando justo à frente.

Afastávamo-nos com lentidão pelo consertado caminho de entrada, sob as árvores. O

carro se parou dando mais tombos.

-Quem há dito isso? -perguntou Bill com voz muito gentil.

-Olhaste-me como se tivesse feito algo mau -lhe espetei.

-Só duvidava de minha capacidade para te colocar ali e logo te tirar sem ter que matar a

alguém que te desejasse.

-Está sendo sarcástico. -Segui sem olhá-lo.

Suas mãos me agarraram o pescoço por detrás, me obrigando a girar a cara para ele.

-Pareço-te sarcástico?-perguntou.

Seus escuros olhos estavam muito abertos e não piscavam.

-Ah... não-admiti.

-Então te acredite o que te digo.

Fizemos o trajeto ao Shreveport quase em silêncio, mas não resultou incômodo. Bill pôs

cintas quase todo o momento. Sentia debilidade pelo Kenny G.

Fangtasía, o bar dos vampiros, estava localizado em uma área comercial suburbana do

Shreveport, perto de um Sam's e de um Toys'R' Us. encontrava-se dentro de uma galeria

comercial, que

a essas horas estava por completo fechada salvo pelo bar. O letreiro com o nome do local se

desenhava com

chamativo néon vermelho em cima da entrada, e a fachada estava grafite de cinza aço, por

isso a porta,

vermelha, proporcionava um bom contraste. O dono do local devia considerar que o cinza

resultava menos

opressivo que o negro, porque o interior estava decorado com as mesmas tonalidades.

À entrada, uma vampira me pediu a documentação. Nem que dizer tem que reconheceu

ao Bill como um

dos seus e lhe fez um gesto de assentimento, mas me inspecionou com atenção. Pálida

como o giz, como

todos os vampiros de raça branca, resultava misteriosamente imponente com seu comprido

vestido negro de

mangas pendentes. Perguntei-me se seu sobrecarregado "look vampírico" obedecia a seus

próprios gostos ou

só o tinha adotado porque os clientes humanos pensavam que era o apropriado.

-Não me pediram o carnê há anos-disse, rebuscando em minha bolsa vermelha a carteira

de motorista.

Encontrávamo-nos em uma pequena sala de admissão, de planta quadrada.

-Já não consigo deduzir as idades dos humanos, e devemos ter muito cuidado posto que

não servimos a

menores. Em nenhum sentido -acrescentou com o que devia ser um sorriso engenhoso.

Lançou um olhar de

soslaio para o Bill, e seus olhos o inspecionaram de cima abaixo com interesse ofensivo.

Ofensivo para mim,

ao menos.

-Faz meses que não te via -lhe disse, e sua voz não podia ser mais atrevida e melosa.

-Estou me integrando-explicou ele, e ela assentiu.

-O que lhe comentaste?-sussurrei-lhe enquanto caminhávamos através do curto corredor e

cruzávamos as

dobre portas vermelhas que conduziam à sala principal.

-Que estou tratando de viver entre os humanos.

Tivesse-me gostado de me inteirar de mais, mas nesse momento contemplei em detalhe

pela primeira vez

o interior da Fangtasía. Tudo era cinza, negro ou vermelho. Os muros estavam cheios de

fotogramas

pertencentes a todos os vampiros de cinema que tinham mostrada presas na grande tela,

desde a Bela Lugosi

ao George Hamilton ou Gary Oldman, incluindo os muito antigos e os pouco conhecidos. A

iluminação era

tênue, por descontado; não havia nada incomum nisso. O que era incomum era a clientela.

E os letreiros.

O bar estava cheio. Os clientes humanos se dividiam em fãs dos vampiros e turistas. Os

fãs ("colmilleros",

como os chamavam) estavam vestidos com todo seu esplendor. Entre seus trajes

abundavam as tradicionais

capa e esmóquines para os homens e muitos plágios da Morticia Adams para as damas.

viam-se cópias das

roupas usadas pelo Brad Pitt e Tom Cruise em Entrevista com o vampiro, e também alguns

estilos modernos

que me pareceram influência do anseia. Alguns dos colmilleros levavam postas presas

falsas, outros se tinham

pintado hilillos de sangue caindo das comissuras dos lábios ou marcas de dentadas no

pescoço. Eram

assombrosos, e também assombrosamente patéticos.

Os turistas tinham o aspecto que sempre têm os turistas, embora possivelmente estes

fossem mais valentes

que a maioria. Para combinar com o espírito do bar, quase todos estavam vestidos de negro

como os

colmilleros. É possível que o local estivesse incluído em um pacote turístico? "Traga roupa

negra para a

excitante visita um autêntico bar de vampiros! Siga as normas e estará a salvo, e poderá

saborear esse exótico

submundo".

Pulverizados entre a massa humana, como verdadeiras jóias em um barril de bijuteria,

estavam os

vampiros. Haveria uns quinze mais ou menos, e a maioria também preferia as roupagens

negras.

Fiquei em meio da sala, olhando a meu redor com interesse, assombro e um pouco de

asco, e Bill me

sussurrou:

-Parece uma vela branca em uma mina de carvão.

Ri e nos abrimos passo entre as mesas, distribuídas de modo irregular, até chegar à barra.

Era a única barra

que conheci que tivesse à vista um mostrador com garrafas de sangue quente. Bill, como é

natural, pediu uma

e eu respirei fundo e solicitei um gim tonic. O garçom me sorriu, me mostrando que suas

presas apareciam um

pouco ante o prazer de me servir. Tratei de lhe devolver o sorriso e parecer modesta de uma

vez. Ele era

índio, de comprimento corto negro como asa de corvo e nariz aquilino, de boca reta e

magra e constituição

ágil.

-Que tal vai, Bill? -perguntou-lhe o garçom-. Comprido tempo sem verte. Esta é sua

comida para a noite?

-fez um gesto para mim enquanto colocava nossas bebidas sobre a barra.

-É meu amiga Sookie. Tem algumas pergunta.

-O que seja, mulher formosa-disse o garçom, sonriéndome de novo. Eu gostava mais

quando sua boca

não era mais que uma linha reta.

-Viu a esta mulher ou a esta outra no bar?-perguntei-lhe, tirando da bolsa as fotos do

Maudette e Dawn

aparecidas no periódico-. Ou a este homem? -acrescentei com certo receio, jogando mão da

imagem de meu

irmão.

-Sim às mulheres, não ao homem, embora pareça delicioso - disse o garçom, sonriéndome

uma vez mais-

. Seu irmão, talvez?

-Sim.

-Miúdo acerto-sussurrou.

Foi uma sorte que eu tivesse tanta prática no controle de meus músculos faciais.

-Recorda com quem estavam acostumados a ir as mulheres?

-Isso é algo que não saberia-replicou com rapidez, aproximando seu rosto ao meu-. Não

nos fixamos

nisso, aqui. Você tampouco o fará.

-Obrigado -pinjente de maneira educada, compreendendo que tinha quebrado uma norma

do bar.

Resultava evidente que era perigoso perguntar quem tinha saído do bar com quem-. Te

agradeço as moléstias.

Olhou-me, refletindo.

-Essa -disse assinalando com um dedo a imagem do Dawn -queria morrer.

-Como sabe?

-Todos os que vêm aqui o desejam, em maior ou menor grau -disse, como se fora um

pouco tão

indiscutível que soube que para ele estava claro-. Isso é o que todos somos. Morte.

Senti um calafrio. A mão do Bill conduziu a um reservado que acabava de ficar vacante.

Sublinhando as

advertências do índio, a intervalos regulares os sinais das paredes proclamavam: "Proibido

morder no bar",

"Não lhes atrasem no estacionamento", "Lhes encarregue de seus assuntos pessoais em

outra parte",

"Agradecemos sua visita. Entre por sua conta e risco".

Bill rodeou o pescoço da garrafa com um dedo e bebeu um gole. Tratei de não olhar, mas

não o obtive.

Certamente, ele se fixou na cara que pus e sacudiu a cabeça.

-Esta é a realidade, Sookie-disse-, preciso viver.

Tinha restos vermelhos entre os dentes.

-É obvio-disse, tratando de reproduzir o tom pragmático do garçom. Respirei fundo-. Crie

que quero

morrer, já que vim aqui contigo?

-Acredito que quer descobrir por que outras pessoas estão morrendo -respondeu, embora

não ficou muito

claro que fora o que de verdade pensava.

Parece-me que Bill ainda não se deu conta de que sua própria situação pessoal era

precária. Dava uns

sorvos a minha bebida e senti a reconfortante calidez da genebra percorrer meu corpo.

Uma colmillera se aproximou do reservado. Tenho que reconhecer que eu ficava médio

escondida depois

do corpo do Bill, mas todos me tinham visto entrar com ele. A garota era magra e de cabelo

cacheado, e se

guardou os óculos na bolsa enquanto se aproximava. inclinou-se sobre a mesa para situar

sua boca apenas a

cinco centímetros da do Bill.

-Olá, menino perigoso -disse, tratando de imitar uma voz sedutora. Tampou a garrafa de

sangue do Bill

com uma unha grafite de escarlate-, eu tenho o produto genuíno. -acariciou-se o pescoço

para assegurar-se de

que ele o pilhava.

Respirei muito fundo para controlar minha fúria. Tinha sido eu a que tinha convidado ao

Bill a ir a aquele

local, não ao reverso, assim não podia me misturar no que ele decidisse fazer ali, embora

me invadiu uma

imagem mental surpreendentemente nítida em que estampava o rastro de uma bofetada na

sardenta cara

daquela fresca. Fiquei de tudo imóvel para não lhe dar ao Bill pistas do que eu gostaria que

fizesse.

-Tenho companhia -disse Bill com educação.

-Ela não tem marcas de dentadas no pescoço-indicou a garota, reconhecendo minha

presença com um

olhar desdenhoso. O mesmo poderia haver dito "Galinha!" e agitado os braços como se

fossem asas.

Perguntei-me se resultaria visível o vapor que me saía das orelhas.

-Tenho companhia-disse Bill de novo, embora seu tom não foi esta vez tão educado.

-Não sabe o que te está perdendo-insistiu ela, com seus grandes olhos claros

resplandecendo pela fúria.

-Sim sei.

retirou-se com tanta precipitação como se se levou de verdade a bofetada que desejava

lhe dar, e partiu

dando tombos até sua mesa.

Para meu desgosto, solo foi primeira de quatro. Essas pessoas, homens e mulheres,

queriam intimar com

um vampiro e não lhes dava vergonha demonstrá-lo. Bill os despachou a todos com sereno

aprumo.

-Não diz nada-comentou, depois de que um homem de quarenta anos partisse chorando

literalmente ante

o rechaço do Bill.

-Não tenho nada que dizer-repliquei, com grande autocontrol.

-Poderia havê-los mandado a passeio. Quer que te deixe sozinha? Há alguém mais que te

atraia? A

Sombra Larga, o da barra, adoraria passar um momento contigo, lhe posso assegurar isso.

-OH, pelo amor de Deus, não! -Não me houvesse sentido a salvo com nenhum dos outros

vampiros do

bar, aterrava-me que fossem como Liam ou Diane. Bill havia tornado seus olhos escuros

para mim e parecia

esperar que acrescentasse algo mais-. Embora terei que lhes perguntar se viram por aqui ao

Maudette ou ao

Dawn.

-Quer que te acompanhe?

-Por favor-disse, e pareci mais assustada do que pretendia. Tivesse preferido que soasse

como se fora um

prazer lhe ter a meu lado.

-Esse vampiro daí é atrativo, e já te olhou duas vezes -disse. Quase me pareceu que ele

também se estava

mordendo um pouco a língua.

-Está te burlando de mim-respondi depois de um instante, insegura.

O vampiro que me assinalava Bill era certamente atrativo. De fato era radiante: loiro,

olhos azuis, alto e de

larguras ombros. Levava postos uns jeans, um colete e botas, e nada mais. parecia-se com

os homens das

capas das novelas rosas. Deu-me medo até o tutano.

-chama-se Eric -disse Bill.

-Quantos anos tem?

-Muitos. É o ser mais ancião deste bar.

-É mau?

-Todos somos maus, Sookie. Somos muito fortes e muito violentos.

-Você não -disse. Vi que fazia uma careta-. Quer viver integrado, não vais fazer nada

anti-social.

-Justo quando penso que é muito ingênua para andar sozinha pela rua, diz algo sagaz -

comentou, com

uma breve gargalhada-. Muito bem, vamos ver o Eric.

Eric, que sim tinha cuidadoso em minha direção uma ou duas vezes, sentava-se com uma

vampira tão

formosa como ele. Já tinham rechaçado vários intentos de aproximação por parte de

humanos. De fato, um

jovem perdidamente apaixonado se arrastou pelo chão e beijado as botas da vampira, a qual

o olhou e lhe deu

uma patada no ombro. Estava claro que para ela tinha sido todo um esforço não lhe chutar a

cara. Os turistas

se estremeceram e um casal se levantou e saiu de modo apressado, mas os colmilleros

pareceram considerar a

cena como algo normal.

Quando nos aproximamos, Eric elevou o olhar e franziu o cenho até que se deu conta dos

quais eram os

novos intrusos.

-Bill-disse com um assentimento. Ao parecer, os vampiros não se dão a mão:

Em vez de nos dirigir diretamente a sua mesa, Bill permaneceu a certa distância. Como

me sujeitava o

braço por cima do cotovelo, eu também tive que me deter. Parecia ser a distância de

cortesia entre aquela

gente.

-Quem é seu amiga?-perguntou a vampira. Embora Eric tinha um ligeiro acento, esta

mulher falava

americano puro, e sua cara redonda e seus rasgos suaves tivessem sido o orgulho de uma

leiteira. Sorriu e suas

presas saíram ao exterior, arruinando um tanto essa imagem.

-Olá, sou Sookie Stackhouse-respondi de maneira educada.

-Não é uma doçura?-assinalou Eric, e confiei em que falasse de meu caráter.

-Nem tanto-pinjente.

Eric me olhou surpreso durante um momento. Depois riu, e o próprio fez a vampira.

-Sookie, esta é Pam e eu sou Eric -anunciou o vampiro loiro. Bill e Pam se oferendaram o

um ao outro o

assentimento vampírico.

Houve uma pausa. Eu houvesse dito algo, mas Bill me apertava o braço com força.

-A meu amiga Sookie gostaria de lhes fazer um par de perguntas -declarou.

O casal de vampiros sentados intercambiou olhadas aborrecidas. Pam disse:

-Como que longitude têm nossas presas e em que classe de ataúde dormimos? -Seu tom

se misturava com

o desdém. Seguro que essa era a classe de perguntas que lhes faziam os turistas.

-Não, senhora -respondi. Oxalá Bill não me beliscasse tanto. Em minha opinião, estava

sendo serena e

cortês.

A vampira me olhou com curiosidade. O que era o que resultava tão interessante? Já me

começava a

cansar daquilo. antes de que Bill pudesse me dar mais indicações dolorosas abri a bolsa e

tirei as fotos.

-Eu gostaria de saber se tiverem visto alguma destas mulheres neste bar. -Não ia tirar a

foto do Jason com

essa vampira presente, seria como pôr uma terrina de leite diante de um gato.

Olharam as fotos. Ao Bill ficou a cara branca. Eric me olhou.

-estive com esta-disse com tranqüilidade, assinalando a foto do Dawn-. Gostava da dor.

Pam se surpreendeu de que Eric me respondesse, deduzi-o pelo movimento de suas

sobrancelhas. De

algum modo, sentiu-se obrigada a seguir seu exemplo.

-Vi-as às duas, embora nunca estive com elas. Esta -moveu seu dedo sobre a imagem do

Maudette- era

uma criatura patética.

-Muitíssimas obrigado, não lhes roubarei mais de seu tempo-disse. Tratei de me girar para

ir, mas Bill

ainda sustentava meu braço.

-Bill, está muito unido a seu amiga? -perguntou Eric.

O significado da frase demorou um segundo em me impregnar. Eric a Pedaças estava

perguntando se me

podia tomar emprestada.

-É minha-disse Bill, embora não o rugiu como fez ante os desagradáveis vampiros do

Monroe. Mesmo

assim soou bastante convincente.

Eric inclinou sua dourada cabeça e me voltou a jogar uma olhada. Ao menos começou

por minha cara.

Bill pareceu relaxar-se. inclinou-se ante o Eric, conseguindo incluir de algum jeito

também ao Pam no

gesto, deu dois passos para trás, e por último me permitiu lhe dar as costas ao casal.

-Caramba, do que vai tudo isto? -perguntei-lhe com um sussurro furioso. Seguro que ao

dia seguinte me

saía um feio moretón.

-São séculos maiores que eu-disse Bill, com um aspecto muito vampírico.

-Assim se decide a hierarquia? Pela idade?

-Hierarquia -respondeu Bill pensativo-. Não é má palavra para descrevê-lo-quase riu, ou

assim o

indicava o modo em que lhe esticaram seus lábios-. Se você tivesse estado interessada, teria

que te haver

deixado ir com o Eric -acrescentou, depois de ter retornado a nossos assentos e beber um

pouco dos copos.

-Não -disse com brutalidade.

-por que não há dito nada quando os colmilleros vieram à mesa tratando de me seduzir

para me afastar de

ti?

Não estávamos funcionando na mesma longitude de onda. Pode que os vampiros não se

preocupassem

com os matizes sociais. Teria que lhe explicar algumas costure que no fundo não tinha

muito sentido explicar.

Fiz um som de pura exasperação muito pouco apropriado para uma dama.

-Muito bem -disse com brutalidade-, me escute, Bill! Quando veio a minha casa, tive que

te convidar.

Quando decidimos vir aqui, eu tive que te convidar. Não me tiraste nenhuma parte:

espreitar na entrada de

minha casa não conta, e me pedir que me passe por sua casa e te deixe uma lista de

operários tampouco.

Assim sempre sou eu a que pede a ti sair. Como posso te obrigar a estar a meu lado, se quer

ir ?Se essas

garotas (ou esse homem, o mesmo dá) deixam-lhe lhes chupar o sangue, não acredito que

eu tenha direito a

me entremeter em seu caminho!

-Eric é muito mais atrativo que eu-disse Bill-. É mais poderoso, e tenho entendido que o

sexo com ele é

inesquecível. É tão velho que solo necessita um sorvo para manter sua força, já quase nunca

mata. Assim,

para ser um vampiro, é um bom tipo. Ainda pode ir com ele, segue-te olhando. Provaria seu

glamour sobre ti

se não estivesse comigo.

-Eu não quero ir com o Eric -disse com tenacidade.

-Eu não quero ir com nenhuma colmillera -respondeu ele. Permanecemos em silencio

durante um minuto

ou dois.

-Assim estamos em paz-disse, de maneira um tanto abstrata.

-Sim.

Tomamos uns minutos mais, pensando nisso.

-Quer outra taça?-perguntou-me.

-Sim, a não ser que precise voltar.

-Não, estamos bem.

Foi à barra. Pam, a amiga do Eric, partiu, e Eric parecia me contar as pestanas. Tratei de

me olhar as mãos,

para indicar modéstia. Senti uma espécie de beliscões de poder que flutuavam a meu redor,

e a incômoda

sensação de que Eric estava tratando de influir em mim. Arrisquei-me a lhe lançar uma

olhem fugaz, e não me

coube dúvida de que me observava espectador. supunha-se que eu teria que me tirar a

roupa? Ladrar como um

cão? lhe dar uma patada na tíbia? Mierda!

Ao fim retornou Bill com nossas bebidas.

-vai descobrir que não sou normal-lhe disse com amargura. Não necessitou que lhe

explicasse do que

falava.

-Está rompendo as normas só por tentar te aplicar seu glamour quando eu já lhe hei dito

que é minha -

comentou Bill. Parecia bastante molesto. Sua voz não se fazia cada vez mais furiosa, como

me tivesse

passado , a não ser cada vez mais fria.

-Parece estar lhe dizendo isso a todo mundo-murmurei. Não fiz nada a respeito, limiteime

a mencioná-lo.

-É uma tradição vampírica-me explicou de novo-. Se te declarar minha, ninguém mais

pode tratar de

alimentar-se de ti.

-Alimentar-se de mim. É uma frase preciosa-intervim com aspereza, e Bill chegou a pôr

cara de

exasperação durante uns segundos.

-Estou-te protegendo-disse, e seu tom não era tão neutro como sempre.

-Te ocorreu pensar que eu...?

E me detive. Fechei os olhos e contei até dez. Quando me atrevi a olhar de novo ao Bill,

tinha seus olhos

fixos sobre mim, sem piscar. Quase podia ouvir chiá-los mecanismos de sua cabeça.

-Que você... não necessita amparo? -sugeriu em voz baixa Que me está protegendo... a

mim?

Não disse nada. Sei ficar calladita.

Mas me agarrou a parte posterior da cabeça com a mão e fez que girasse o pescoço como

se fora uma

marionete. Aquilo estava começando a ser um hábito muito molesto por sua parte. Olhou

aos olhos com tanta

força que me deu a impressão de que me estava escavando túneis no cérebro.

Franzi os lábios e soprei em sua cara.

-Buu-disse. Sentia-me muito incômoda. Contemplei às pessoas do bar, e deixei cair meus

amparos.

Escutei.

-Aborrecida -lhe disse-, esta gente é muito aborrecida.

-Sério, Sookie? O que estão pensando? -foi um alívio ouvir sua voz, embora soasse um

pouco forçada.

-Sexo, sexo, sexo. -E era verdade. Todo mundo daquele bar tinha o mesmo em mente.

Inclusive os

turistas, embora a maioria não pensava em ter eles sexo com os próprios vampiros, a não

ser nos colmilleros

com os vampiros.

-No que está pensando você, Sookie?

-Não em sexo-respondi com rapidez. E era certo, acabava de receber uma impressão

desagradável.

-E então?

-Estava pensando em que possibilidades temos de sair daqui sem nos colocar em

problemas.

-por que estava pensando nisso?

-Porque um dos turistas é um policial disfarçado. Acaba de ir aos serviços e sabe que ali

há um vampiro

chupando do pescoço de uma colmillera. Já avisou à delegacia de polícia com seu miniradio.

-nos larguemos -disse em voz baixa, e com presteza saímos do reservado e nos dirigimos

à porta. Pam

tinha desaparecido, mas ao passar junto à mesa do Eric, Bill lhe fez um signo. Com igual

prontidão, Eric se

levantou de sua cadeira e se ergueu em toda sua magnífica estatura. Com sua pernada,

muito mais larga que a

nossa, atravessou a porta o primeiro, agarrou do braço a vampira da entrada e a conduziu

para o exterior

conosco.

Quando estávamos a ponto de cruzar a porta, lembrei-me de que o garçom, Sombra Larga,

tinha

respondido com amabilidade a minhas perguntas, assim que me girei e apontei com o dedo

em direção à

porta, lhe indicando sem possibilidade de engano que partisse. Olhou-me tudo quão

assustado pode estar um

vampiro, e enquanto Bill me arrastava através das portas dobre, o índio atirava ao chão seu

avental.

No exterior, Eric nos esperava junto a seu carro: um Corvette, é obvio.

-vai haver uma jogada a rede -disse Bill.

-Como sabe?

Bill se entupiu com a resposta.

-Por mim-pinjente, tirando-o do apuro.

Os amplos olhos azuis do Eric brilhavam inclusive na penumbra do estacionamento. ia ter

que explicá-lo.

-Tenho lido a mente de um policial -murmurei. Lancei-lhe um olhar dissimulado ao Eric

para ver que tal

tomava, e vi que me contemplava do mesmo modo que os vampiros do Monroe. Pensativo.

Faminto.

-Interessante -disse-. Tive um psíquico uma vez. Era incrível.

-Pensava isso o psíquico? -minha voz soou mais azeda do que pretendia.

Pude ouvir que Bill continha o fôlego, mas Eric riu.

-Por um tempo-respondeu, com ambigüidade.

Escutamos sereias ao longe, e sem mais palavra Eric e a portera se meteram em seu carro

e desapareceram

na noite. De algum modo, seu veículo parecia mais silencioso do normal. Bill e eu nos

pusemos velozes o

cinto de segurança e abandonamos o estacionamento por uma saída, justo quando a polícia

entrava pela outra.

Traziam com eles o furgão para vampiros, um transporte especial de prisioneiros com

barrotes de prata. Era

conduzido por dois polis da mesma condição, que saíram do veículo e chegaram à porta do

clube com uma

velocidade tal que para minha visão humana solo eram borrões.

Apenas nos tínhamos afastado umas maçãs quando Bill parou de repente no

estacionamento de outra

galeria comercial às escuras.

-O que? -comecei a dizer, mas não pude acrescentar mais. Bill soltou meu cinturão, jogou

atrás o assento

e me agarrou antes de que conseguisse terminar a frase. Temi que estivesse furioso, assim

ao princípio lutei

contra ele, mas era como empurrar uma árvore. Então sua boca alcançou a minha, e soube o

que pretendia.

OH, e tanto que sabia beijar. Pode que tivéssemos problemas de comunicação a alguns

níveis, mas aquele

não era um deles. Passamos um momento estupendo durante uns cinco minutos; pude sentir

as quebras de

onda de sensações que me atravessavam o corpo. Apesar do desconforto de estar no assento

dianteiro de um

carro, consegui me sentir cômoda, principalmente porque ele era muito forte e delicado.

Mordisquei-lhe a

pele com meus dentes, o que lhe fez soltar uma espécie de uivo.

-Sookie! -tinha a voz entrecortada. Afastei-me dele, apenas um centímetro-. Se voltar a

me fazer isso

tomarei tanto se quiser como se não-me disse, e não me coube dúvida de que falava a sério.

-Não quer fazê-lo -disse por último, tratando de não expô-lo como uma pergunta.

-OH, sim, sim quero. -Arrastou minha mão e me demonstrou isso. De repente apareceu

uma brilhante luz

rotatória detrás de nós.

-A polícia -disse. Observei uma silhueta que saía do carro patrulha e se dirigia para a

janela do Bill-. Não

lhes permita descobrir que é um vampiro, Bill-disse rauda, temendo as repercussões da

jogada a rede do

Fangtasía. Embora quase todos os corpos de polícia estavam encantados de ter vampiros em

lista de nomes,

tinham muitos prejuízos contra os vampiros da pé, em especial com um casal interracial.

Pesada-a mão do policial repicou contra o guichê. Bill acendeu o motor e pulsou o botão

para baixá-la,

mas não disse nada e me dava conta de que não tinha podido retrair as presas. Se abria a

boca, resultaria muito

óbvio que era um vampiro.

-Olá, agente-pinjente.

-boa noite-disse o homem com correção. inclinou-se para olhar pelo guichê-. Já sabem

que todas as lojas

estão fechadas, verdade?

-Sim, senhor.

-Bem, já vejo que estão pulando um pouco, e não tenho nada contra isso, mas devem ir a

casa a fazer estas

coisas. -Faremo-lo -assenti com efusão, e Bill conseguiu inclinar também a cabeça.

-Fizemos uma jogada a rede em um bar a algumas maçãs daqui-disse distraídamente o

agente. Solo podia

lhe ver parte da cara, mas me pareceu fornido e de média idade-. Por acaso vêm dali?

-Não -disse eu.

-Um bar de vampiros-remarcou o policial.

-Não, nós não.

-me deixe lhe iluminar o pescoço, senhorita, se não lhe importar.

-É obvio.

E vá se não apontou com sua velha lanterna a meu pescoço, e depois ao do Bill.

-Muito bem, solo era uma comprovação. Parte já.

-De acordo.

O assentimento do Bill foi inclusive mais seco. Enquanto o policial aguardava, reclineime

em meu

assento e me pus o cinto de segurança. Bill arrancou o carro e deu marcha atrás.

Estava furioso. Durante todo o trajeto a casa manteve um silêncio anti-social (ou isso me

pareceu), mas eu

me sentia mais inclinada a considerar gracioso todo o ocorrido.

Alegrava-me ter descoberto que Bill não era indiferente a meus atrativos pessoais, por

escassos que

fossem. Comecei a desejar que algum dia queria me beijar de novo, pode que com mais

paixão e durante mais

tempo, e talvez inclusive... poderíamos ir mais à frente? Tratei de não elevar muito minhas

esperanças. De

fato, havia um par de coisas que Bill ainda não conhecia de mim, que ninguém conhecia,

por isso me esforcei

por manter expectativas modestas.

Quando chegamos a casa da avó, Bill rodeou o carro e me abriu a porta. Isso me fez

arquear as

sobrancelhas, mas não ia opor me a uma ação tão cortês. Supus que Bill se dava conta de

que meus braços

funcionavam bem e tinha a capacidade mental necessária para imaginar como funcionava o

mecanismo de

abertura. Quando saí, ele se apartou.

Senti-me ferida. Não queria voltar a me beijar, lamentava o episódio anterior. Certamente

adoecia por essa

maldita Pam. Ou talvez inclusive por Sombra Larga. Começava a me dar conta de que a

possibilidade de

manter relações sexuais durante vários séculos proporcionava oportunidades de sobra para

experimentar

comprido e tendido. Tão mau seria acrescentar uma telépata a sua lista?

Encolhi os ombros e me rodeei o peito com os braços.

-Tem frio? -perguntou-me imediatamente, pondo seu braço sobre meus ombros. Mas não

era mais que o

equivalente físico de um casaco; parecia tratar de manter-se todo o afastado de mim que lhe

permitia a

longitude de sua extremidade.

-Lamento te haver incomodado. Não te voltarei a pedir uma entrevista -lhe disse,

mantendo a voz serena.

Enquanto falávamos me dava conta de que a avó ainda não tinha fixado uma data definitiva

para que Bill

desse a conferência ante os Descendentes, mas teriam que arrumá-lo entre os dois.

ficou imóvel. Por último disse:

-É incrivelmente ingênua -e nem sequer acrescentou esse adendo sobre minha sagacidade,

como a vez

anterior.

-Vá -pinjente sem compreender-, de verdade?

-Ou pode que seja um dos inocentes de Deus-acrescentou, e isso soou muito menos

agradável, como se eu

fora Quasimodo ou algo assim.

-Suponho -pinjente com amargura-que isso terá que descobri-lo.

-Melhor que eu seja quem o descubra-disse de modo misterioso, e entendi ainda menos.

Acompanhou-me

até a porta, e eu ansiava outro beijo, mas solo me deu um besito na frente-. boa noite,

Sookie-sussurrou.

Deixei minha bochecha contra a seu por um instante.

-Obrigado por me tirar-disse. Afastei-me com rapidez antes de que pensasse que lhe pedia

outra coisa-.

Não te voltarei a chamar.- antes de que minha determinação fraquejasse, introduzi-me na

escura casa e fechei

a porta diante de seus narizes.

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